Acirramento do conflito entre facções faz mais uma morte em Vacaria
Na mesma semana que uma salva de tiros fatais matou de forma enganada Luciano de Souza Costa, dois homens armados, encapuzados, usando um veículo Duster, com placas de Sapucaia do Sul, invadiram hoje, dia 27, por volta das 15:20 uma loja de materiais de construção, no antigo prédio do Germano e com tiros de 9mm mataram Luis Fernando Lima da Silva, 34 anos.
Em ambos os casos, policiais acreditam que as vitimas possivelmente não estejam diretamente relacionadas com os grupos, mas que seriam vitimas indiretas por meio de conhecidos, pessoas próximas.
Depois do crime, os autores para não deixar pistas, nas proximidades do graneleiro na avenida perimetral norte, próximo ao parque de rodeios de Vacaria, também colocaram fogo no veiculo.
A Policia Civil esteve no local para coletar indícios e iniciar as investigações, no entanto, a ampliação dos fatos através do delegado de policia não será possível pois Delegadas e Delegados de Polícia decidiram suspender a divulgação e entrevistas sobre operações, alinhados a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (ASDEP).
Entenda sobre as organizações criminosas
O Rio Grande do Sul é o estado com maior número de organizações criminosas do país. Segundo o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), são ao menos 15 grupos disputando o poder em cidades gaúchas. Dados divulgados pelo 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram como o conflito intensifica a violência e aumenta o número de mortes.
No estudo apresentado, diz A pesquisadora do FBSP e doutoranda em Sociologia da Universidade de São Paulo, Betina Barrosi: as duas maiores facções do estado são os Balas na Cara e os Manos. “A capacidade de impactar o mercado das drogas do ponto de vista do atacado é algo que fica restrito às duas. As demais têm uma atuação mais local”
Neste momento, as organizações criminosas vivem um momento de ‘interiorização’ no Rio Grande do Sul. “O aumento da violência no estado tem muito a ver com a interiorização desses grupos. Em certas cidades mais estratégicas, a configuração de força não é a mesma vista no resto do estado”
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