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Vacaria em Alta Rotação: Bigode Racing e os Bastidores de quem entende muito de motores

A paixão que começa na infância e vira estilo de vida

Em mais um episódio do podcast Acelera Diário, produzido pelo Diário de Vacaria, o clima foi de alta octanagem. Rodrigo “Digão” Fonseca e Lucas Barp mais uma vez levaram ao estúdio três convidados que representam uma das tribos mais vibrantes da cultura automobilística da região: os entusiastas da Bigode Racing. Estiveram presentes Lucas Maciel, Fernando Deluchi e Leonardo Klipel, apaixonados por carros preparados e membros ativos de um grupo que cresce a cada semana, reunindo amigos, histórias e muitos cavalos de potência.

Vacaria em Alta Rotação: Bigode Racing e os Bastidores de quem entende muito de motores

A conversa começou com uma contextualização do universo dos carros modificados, tema que, apesar de técnico, é carregado de emoção. Fernando explicou com clareza: “A gente faz os carros turbo, aspirado, cabeçotes modificados, virabrequim, pistões… tem diversas modificações. E tudo isso pra andar na rua, mas com espírito de pista.”

De onde nasce essa paixão pelo automobilismo

As histórias pessoais dos convidados deram o tom nostálgico ao bate-papo. Fernando contou que a paixão vem de família, carregando os sobrenomes Deluchi e Trevisan, dois nomes ligados à velocidade. Leonardo, por sua vez, relembrou os tempos de infância em que via o carro do Fê passando, sonhando em um dia ter o seu próprio aspirado — sonho esse que virou realidade com o tempo.

Já Lucas Maciel trouxe à memória o saudoso pai, Eroni Maciel, figura tradicional de Vacaria. Lucas cresceu em meio a almoços de família regados a histórias de carros e adrenalina, o que naturalmente o levou ao kart ainda muito jovem, e posteriormente aos carros de rua preparados.

As lendárias “duplas” de Vacaria e a raiz da velocidade

Para quem é da cidade, ouvir falar das “duplas” desperta um saudosismo imediato. Eram os trechos da BR-116 onde aconteciam os lendários pegas — os famosos rachas. Essa era a realidade de uma geração que, mesmo sem infraestrutura adequada, encontrava no improviso o cenário perfeito e arriscado é claro para competir.

Bigode Racing: mais que carros, uma irmandade

O grupo Bigode Racing surgiu quase por acaso. Uma aposta entre amigos, um bigode feito de brincadeira para um evento em Antônio Prado, e assim nasceu o nome. Hoje, o grupo tem cerca de 22 integrantes e se consolida como uma referência na cena dos carros preparados em Vacaria. “A real é que o carro é o plus. O grupo é a parceria, é o churrasco, é a resenha,” afirmou Lucas.

As redes sociais da turma cresceram nos últimos tempos, e a página no Instagram — criada há cerca de 30 dias — já é repleta de registros de eventos, carros e encontros. Mas a essência continua a mesma: amizade, parceria e uma dose generosa de adrenalina.

Carros de rua com alma de pista

Uma das grandes curiosidades do episódio foi entender como funcionam esses carros no dia a dia. Os modelos, apesar de modificados, podem circular legalmente — embora precisem de cuidados constantes. Lucas, por exemplo, possui um Voyage LS 1984 que, de seus originais 76 cv, hoje ostenta cerca de 500 cv.

“É carro de rua, mas feito pra pista”, definiu Fernando, que é reconhecido preparador de motores, além de cuidar da manutenção de vários veículos da turma. “Esses carros requerem mais cuidado que um carro original, a manutenção tem que ser constante.”

A ausência de infraestrutura e o sonho da pista própria

O grupo participou recentemente de uma prova em Guaporé, cidade que conta com estrutura profissional para o esporte. Isso levantou um ponto importante: por que Vacaria ainda não tem uma pista própria?

Segundo os convidados, projetos existiram, inclusive com apoio de figuras como Márcio Ramiro, o “Mala”, e Valmor Júnior, o “Banana”. A pista, que começaria a ser construída na região do Capão do Índio, teve a terraplanagem iniciada, mas foi travada por questões políticas. “Era só liberar o espaço. Tava tudo pronto,” lamentou Lucas.

Apesar das dificuldades, os entusiastas não perdem o otimismo. Acreditam que, com união e apoio público-privado, ainda será possível transformar Vacaria em um polo do automobilismo. A cidade, segundo eles, já tem o principal: pessoas apaixonadas e dispostas a fazer acontecer.

O impacto econômico e social do automobilismo

Muito além de acelerar, os carros preparados movimentam a economia local. Mecânicos, guincheiros, lojas de peças, detalhadores, postos de combustíveis, todos são beneficiados. Eventos como o Retro Vacaria, os encontros de carros antigos e até mesmo provas informais são exemplos de como o esporte impacta positivamente a cidade.

“Temos que pensar no esporte como turismo, geração de renda e oportunidade para jovens. Traz famílias inteiras, movimenta hotéis, restaurantes, oficinas,” destacou Digão, reforçando a importância de estruturar esse cenário de forma profissional.

A emoção única da arrancada

A sensação de alinhar em uma reta de arrancada, segundo os entrevistados, é indescritível. A adrenalina toma conta, o corpo treme, e o foco é total. “Ali separa os homens dos guris,” brincou Leonardo, arrancando risadas da turma.

E é justamente essa emoção que motiva tanta dedicação. A paixão que começou na infância, que foi alimentada por histórias de pais e tios, agora ganha forma em rodas, motores e amizades.

Vacaria e o legado da velocidade

Com base no sucesso de grupos como o Bigode Racing e na memória viva dos tempos das duplas, fica claro que Vacaria tem, em seu DNA, o gosto pela velocidade. A cidade já demonstrou seu potencial com o kart, com os eventos de carros antigos e com as provas de motociclismo. Falta agora apenas um espaço permanente, uma pista oficial onde tudo isso possa acontecer de forma segura, profissional e sustentável.

Acelera Diário chega abrange mais uma “tribo”

O Acelera Diário tem se mostrado mais que um podcast: é um canal de valorização cultural e esportiva. Digão e Lucas anunciaram que, a partir do próximo episódio, começarão com atualizações das agendas das tribos do automobilismo local — kart, moto, retrô, carros preparados e mais.

A ideia é fortalecer ainda mais a rede de entusiastas, fomentar a troca de informações e dar visibilidade a todas as iniciativas que fazem de Vacaria um terreno fértil para a velocidade, a amizade e a paixão por motores.

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