Uma outra perspectiva sobre o acidente com carreta que matou pai e filhos na ERS-122

Na manhã deste domingo (6), um acidente grave na RS-122, no município de Ipê, na Serra Gaúcha, resultou na morte de três pessoas da mesma família. O tombamento de uma carreta carregada com peças metálicas ocorreu no quilômetro 135, conhecido como Curva do Damiani, por volta das 9h30min.

O motorista, Genésio Arcanjo Soares Junior, 26 anos de idade, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local, junto com seus dois filhos pequenos: um bebê de sete meses e uma criança de um ano e 11 meses. A esposa do condutor, de 23 anos, também estava no veículo e foi encaminhada ao Hospital São José, em Antônio Prado, com ferimentos. Ela está fora de perigo.

Família acompanhava o caminhoneiro no trajeto

De acordo com os dados confirmados, a família morava em Caxias do Sul. A carreta, do tipo bi-trem, seguia no sentido Flores da Cunha–Vacaria, carregando peças industriais. As circunstâncias que levaram à perda de controle do veículo ainda serão apuradas pela Polícia Civil.

Outra perspectiva: até semanas fora de casa

Para quem trabalha no transporte rodoviário de cargas, cada viagem é também uma decisão sobre como enfrentar a saudade e o peso da responsabilidade.

Muitos motoristas fazem do caminhão um prolongamento da casa, buscando não perder momentos importantes com os filhos pequenos.

A tragédia ocorrida em Ipê não deve ser vista apenas como estatística. Ela expõe a necessidade de discutir com cuidado a segurança, os treinamentos, a infraestrutura das rodovias e as formas de apoiar famílias que dependem do transporte de carga para sobreviver.

Para muitos profissionais do transporte, a rotina de longos períodos fora de casa faz com que a presença da família na boleia seja uma forma de amenizar a distância.

No entanto, esse convívio próximo na estrada também representa riscos.

A prática de viajar com a esposa e os filhos pequenos ocorre principalmente entre caminhoneiros que passam dias ou semanas longe do lar. É uma escolha que mistura necessidade prática e afeto, tentando aproximar a família da rotina de trabalho.

O acidente em Ipê evidencia como essa decisão, que nasce da vontade de ficar junto, pode ter consequências imprevisíveis.

Curva do Damiani já registrou outras ocorrências graves

O trecho onde ocorreu o acidente é conhecido por exigir atenção redobrada dos motoristas. A “Curva dos Damiani” concentra histórico de acidentes, especialmente envolvendo veículos de grande porte.

Após o tombamento, o trânsito ficou bloqueado totalmente para o trabalho de resgate e perícia. Equipes do Departamento Médico-Legal de Caxias do Sul foram acionadas para recolher os corpos e realizar os procedimentos de identificação.

Nesta segunda-feira (07/07/2025-10:29) o local está em Pare e Siga na ERS-122 km 135, próximo a Banca do Frigi, em Ipê, para transbordo de carga.

Investigação vai apurar fatores que levaram ao tombamento

A Polícia Civil informou que vai investigar as causas do acidente, incluindo fatores como as condições da pista, do veículo e da carga. A principal suspeita preliminar é de perda de controle ao percorrer a curva.

O inquérito vai reunir informações técnicas e laudos periciais que serão fundamentais para esclarecer a dinâmica da ocorrência.

A Polícia Civil reforçou que vai se colocar à disposição da concessionária da rodovia para sugerir providências que ajudem a reduzir riscos em pontos críticos como a Curva do Damiani.

Solidariedade e respeito no momento de dor

A morte de um pai jovem e de duas crianças tão pequenas gera comoção e empatia. Em meio ao luto, fica também a reflexão sobre o desafio grande de conciliar trabalho e presença familiar na rotina dura das estradas.

Que a história triste desta família inspire atenção e respeito a todos os que diariamente enfrentam quilômetros de distância para garantir o sustento dos seus.