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Saúde da Mulher em Vacaria – prevenção, mamografia, infertilidade e menopausa

Num momento em que Vacaria vive um estado de emergência sanitária em razão do aumento de casos de doenças respiratórias, o Diário de Vacaria volta também o seu olhar para uma outra pauta de extrema relevância: a saúde da mulher.

Em mais um episódio do podcast sobre saúde, Lucas Barp recebeu no estúdio dois especialistas com experiência e visão ampliada sobre o cuidado feminino: o gestor em saúde Rafael Sant’Anna, proprietário da clínica Singular Diagnósticos por imagem, e o médico ginecologista e obstetra Dr. Guilherme Zanotto.

Saúde da Mulher em Vacaria – prevenção, mamografia, infertilidade e menopausa

O episódio propôs uma conversa aprofundada sobre a importância da mamografia, os desafios culturais e emocionais relacionados à saúde ginecológica, além dos cuidados fundamentais ao longo de toda a vida da mulher e os avanços tecnológicos no diagnóstico por imagem. O debate reforçou que informação, prevenção e acolhimento são os pilares que sustentam uma nova abordagem médica.

Tecnologia como aliada fundamental no diagnóstico

De acordo com Dr. Guilherme Zanotto, os últimos anos foram marcados por uma grande evolução na medicina preventiva feminina. Exames que antes eram inacessíveis ou pouco difundidos, hoje fazem parte da rotina ginecológica, permitindo diagnósticos precoces e tratamentos mais eficazes.

A mamografia digital, por exemplo, representa um dos maiores saltos tecnológicos. Rafael Sant’Anna explica que essa inovação permite detectar microcalcificações com menos de 0,1 mm, algo inimaginável na era da mamografia analógica. Aliada à ecografia mamária com elastografia — que distingue nódulos císticos de sólidos por meio de cores e densidade — a tecnologia passou a oferecer maior precisão diagnóstica e segurança às pacientes.

A indicação da mamografia e o papel do ginecologista

Segundo as diretrizes da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos. Dr. Guilherme complementa que, no consultório, ele prefere incluir a ecografia mamária e também das axilas, oferecendo uma avaliação mais abrangente e eficaz.

Desafios culturais e o medo da dor: entraves invisíveis

A tecnologia avança, mas o fator humano continua sendo central. Um dos maiores desafios enfrentados é o medo — especialmente o temor da dor associada à mamografia. Rafael Sant’Anna esclarece que equipamentos modernos, com compressão automática, são menos dolorosos. Ainda assim, muitas mulheres evitam o exame por relatos negativos de familiares ou amigas, criando um ciclo perigoso de desinformação e adiamento.

“A paciente chega dizendo: ‘ah, aquele exame que dói’. Isso compromete o trabalho de prevenção”, destaca Guilherme. Ambos os profissionais reforçam a importância de campanhas educativas — como o Outubro Rosa — e da conscientização coletiva.

Infertilidade: um desafio de casal, não só da mulher

Outro tema sensível abordado no episódio foi a infertilidade. Guilherme explica que essa é uma condição do casal, não exclusivamente da mulher. A investigação só começa após tentativas infrutíferas por no mínimo um ano (ou seis meses, dependendo da idade).

Exames de imagem, como a histerossalpingografia (que avalia a permeabilidade das trompas) são determinantes na investigação. Rafael observa que, às vezes, o próprio contraste usado no exame ajuda a desobstruir as trompas, facilitando uma futura gestação. Um trabalho minucioso, feito em parceria entre imagem e clínica.

Emoções, frustrações e o impacto psicológico da infertilidade

Guilherme não hesita em afirmar: “o sofrimento da mulher que tenta engravidar e não consegue é imenso”. A pressão emocional afeta diretamente a saúde física e mental. Por isso, muitas clínicas especializadas já contam com psicólogos em seus quadros de atendimento.

Não se trata apenas de não conseguir engravidar — a perda de uma gestação após tratamento também é profundamente traumática. “Não é só não ganhar, é perder. Passa pelo sangramento, pela dor”, enfatiza Guilherme.

Menopausa: um tabu que está sendo superado

A chegada da menopausa também foi tema do podcast. Ela vem sendo ressignificada com o uso da reposição hormonal. Guilherme relata que, embora ainda haja resistência, muitos profissionais reconhecem os inúmeros benefícios desse tratamento.

Reposição hormonal feita de forma consciente devolve à mulher energia, libido, melhora óssea, cardiovascular e emocional. “Elas literalmente voltam à vida”, afirma o médico, reforçando que o tratamento deve ser personalizado e sempre monitorado.

Saúde integral da mulher começa na adolescência

A saúde da mulher não começa aos 40 anos. A orientação deve vir desde a puberdade. Segundo Guilherme, é fundamental que adolescentes sejam acompanhadas por ginecologistas já nos primeiros ciclos menstruais. Muitas mães, por não saberem como orientar, acabam confiando aos médicos essa importante função.

O foco nessa fase está na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, uso de preservativos e escolha segura de métodos anticoncepcionais. “Cada adolescente tem um perfil, e isso precisa ser respeitado”, diz.

Consultas anuais: um compromisso com o próprio corpo

A rotina ginecológica ideal inclui ao menos uma consulta por ano, mesmo na ausência de sintomas. “É na consulta que a gente vai rastrear doenças, avaliar hormônios, vitaminas e orientar sexualmente”, explica Guilherme. Esse acompanhamento contínuo é o que permite agir com antecedência e não apenas reagir diante da doença instalada.

Vacaria tem profissionais e estrutura: é preciso usar

Ao final do episódio, Rafael Sant’Anna destacou que Vacaria possui estrutura médica de qualidade. O município tem profissionais, equipamentos e tecnologia — mas é necessário que a população procure os serviços. “Prevenção é sempre a melhor escolha”, defende.

Guilherme, recém-chegado de Campestre da Serra, reforça o compromisso com o município. Agora morador fixo de Vacaria, atua no hospital local e destaca o avanço da medicina na cidade.

A saúde da mulher é um trabalho contínuo e coletivo

A saúde feminina passa por ciclos, avanços, resistências e tabus. O que ficou claro nesse podcast do Diário de Vacaria que amplia o espaço da saúde é que a medicina atual está melhor equipada — técnica e humanamente — para lidar com essas fases. Mas é essencial que as mulheres se comprometam com sua própria saúde (periódicos), busquem informação, rompam o medo e estabeleçam uma relação de confiança cada vez maior com os profissionais.

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