A mesma Polícia Civil que leva 4 adolescentes para o CASE é a que não quer Pais Sofrendo
A entrega de quatro adolescentes envolvidos em crimes violentos à CASE de Caxias do Sul expõe mais do que atos infracionais; revela uma realidade difícil onde vidas se perdem e famílias se destroem.
De um lado, pais que enterram seus filhos vítimas de violência desmedida. Do outro, mães e pais que assistem seus filhos cruzarem a linha da criminalidade, transformando a esperança em culpa e desespero.
Essa realidade, onde adolescentes se tornam protagonistas de tragédias, não pode ser normalizada.
O alerta da Polícia Civil é um sinal consistente para ações, tanto no acompanhamento familiar quanto na estrutura social, para que jovens tenham oportunidades reais de escolhas diferentes, antes que seja tarde demais e esse seja mais uma vez o desfecho indesejado.
Nesta terça-feira, 03, a Polícia Civil encaminhou ao CASE (Centro de Atendimento Socioeducativo) de Caxias do Sul quatro adolescentes envolvidos em episódios de extrema violência ocorridos recentemente em Vacaria. Os jovens estão relacionados a dois casos distintos de homicídio e tentativa de homicídio, ambos marcados pela brutalidade.
Homicídio no Bairro Kennedy
O primeiro caso ocorreu na madrugada de 15 de novembro, por volta das 00h30min, no Bairro Kennedy. Um adolescente de 16 anos foi morto com um golpe de canivete que perfurou o pulmão e atingiu o coração, resultando em morte instantânea. A vítima foi atacada após ser encurralada por três rapazes, que a perseguiram em motocicletas após uma volta no quarteirão.
A Polícia Civil identificou os responsáveis: dois adolescentes e um adulto. O crime foi classificado como homicídio qualificado por motivo fútil, com impossibilidade de defesa da vítima. O episódio teria origem em desavenças e provocações prévias.
Tentativas de homicídio em frente ao IMEQUINHO
Outro caso grave ocorreu na madrugada de domingo, em frente ao estabelecimento conhecido como IMEQUINHO, na Rua Borges de Medeiros. Dois jovens foram brutalmente agredidos por quatro rapazes — dois adultos e dois adolescentes — com socos, pontapés e golpes de canivete. Uma das vítimas sofreu seis facadas e permanece internada no setor de emergência do Hospital Nossa Senhora de Oliveira, enquanto a outra foi atendida, medicada e liberada, mas segue sob monitoramento médico.
A Guarda Municipal flagrou o ataque por videomonitoramento e conseguiu deter os agressores no local, que estavam acompanhados por uma jovem. Os dois adultos foram autuados em flagrante e tiveram a prisão preventiva decretada, enquanto os adolescentes foram encaminhados ao Ministério Público e, posteriormente, à CASE de Caxias do Sul.
Histórico de reincidência e desdobramentos judiciais
Os quatro adolescentes apreendidos têm histórico de violência, inclusive em ações conjuntas anteriores. Apesar de advertências e medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reincidiram em condutas violentas. A autoridade policial e o Ministério Público solicitaram as internações, prontamente decretadas pela Juíza da Vara da Infância e Juventude.
Dois dos adolescentes apreendidos em Caxias do Sul serão transferidos para a CASE de Uruguaiana, enquanto os outros dois serão encaminhados para Porto Alegre.
Episódios anteriores de violência extrema
Os crimes recentes relembram outro episódio ocorrido há alguns meses, em frente a uma boate na Rua Pinheiro Machado, onde um adolescente esfaqueou pelas costas um segurança, que morreu no local. Esse caso também gerou grande comoção pela gravidade do ato e pela violência gratuita.
O impacto sobre famílias e a necessidade de vigilância
Os casos evidenciam o impacto devastador desses atos sobre as famílias, tanto das vítimas quanto dos agressores. Autoridades alertam para a importância da vigilância parental: conhecer as companhias dos filhos, monitorar hábitos e agir ao menor sinal de desvio de conduta, evitando omissões que podem ter consequências trágicas.
Esses crimes reforçam a necessidade de medidas rigorosas para coibir a violência juvenil e a reincidência, buscando proteger a sociedade e dar respostas firmes a ações que desafiam a convivência pacífica.