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Podcast: Eng. Gabriel Prado e Arq. Márcia Fett detalham o avanço do Steel Frame em Vacaria

Construir mais rápido, com menos desperdício e custos previsíveis já não é uma alternativa distante em Vacaria. Esse foi o assunto do novo episódio do podcast do Diário de Arquitetura e Construção, conduzido por Lucas ao lado da arquiteta Márcia Fett, que recebeu o engenheiro Gabriel Prado, diretor da Abba Construtora & Incorporadora e da Fast Sistemas Construtivos.

Podcast: Eng. Gabriel Prado e Arq. Márcia Fett detalham o avanço do Steel Frame em Vacaria

Na conversa, os três ampliaram um tema que vem mudando o horizonte da construção civil no Brasil: o Steel Frame. Do que é o sistema, passando pelas normas, pela fundação e pela mão de obra, até os mitos mais comuns, o episódio reuniu argumentos técnicos e exemplos práticos para quem está de olho em construir ou reformar.

O que é o Steel Frame e por que ele importa agorapra

Para quem nunca ouviu falar, o Steel Frame é um sistema construtivo leve e industrializado.
A estrutura é formada por perfis de aço galvanizado e as vedações utilizam placas técnicas específicas para uso externo e interno.

Segundo Márcia, trata-se de uma construção limpa, com geração mínima de resíduos. No lugar de “assentar tijolo e esperar a argamassa curar”, o método acelera etapas e reduz a dependência de processos molhados.

Gabriel ressalta que todo o conjunto é engenheirado. Isso quer dizer que o projeto estrutural dimensiona perfis, fixações e placas a partir do projeto arquitetônico, nada é improvisado no canteiro.

Esse episódio possui o apoio de @imobiliaria_edriva @ebm_italinea_vacaria e @boutiquedoparque – Acesse estes perfis e escolha essas marcas.

Raízes internacionais e contexto histórico

O Steel Frame ganhou escala no pós-guerra, especialmente nos Estados Unidos e na Europa.
A necessidade era clara: reconstruir cidades rapidamente, com menor demanda de mão de obra e ritmo acelerado.

A lógica permanece atual. Em um mundo que busca eficiência de materiais, previsibilidade e sustentabilidade, o sistema voltou ao centro do debate também no Brasil.

Márcia pontua que tecnologias assim costumam chegar primeiro aos grandes centros. São Paulo e Rio de Janeiro servem de porta de entrada, irradiando conhecimento e fornecedores para outras praças.

Vacaria no mapa: quem está puxando a fila

Em Vacaria, a adoção ganha corpo pela atuação conjunta de projeto e execução. Conforme Gabriel a decisão de investir no método veio de uma dor conhecida por arquitetos e construtores: falta de mão de obra. O pedreiro tradicional está cada vez mais raro e faltam novos profissionais para ocupar esse lugar.

As participações em feiras especializadas confirmam a tendência. A industrialização seria o caminho natural para manter qualidade, prazos e custos sob controle, destaca Gabriel.

Do drywall ao Steel Frame: o que é parecido e o que muda

Muita gente associa Steel Frame a drywall, e há motivos para isso. Ambos utilizam perfis metálicos e placas, o que visualmente aproxima os sistemas. A semelhança, porém, para por aí.

Os perfis do Steel Frame são galvanizados, mais espessos e calculados para suportar cargas estruturais e ações do tempo, como água, vento e variações térmicas. As placas externas também não são as mesmas do drywall interno convencional. São placas técnicas, com composições específicas, aditivos e reforços para desempenho e durabilidade.

Fundamento da casa: o que é o radier

Uma novidade para quem está conhecendo o sistema é a fundação. Em vez de sapatas e vigas baldrame, muitas obras em Steel Frame usam radier. Radier é uma laje de concreto que funciona como “piso-fundação”. Recebe armaduras, proteção, dimensionamento adequado e sobre ela se fixam os perfis estruturais.

Gabriel descomplicou, não é um contrapiso simples; é um elemento pensado para receber e distribuir as cargas da edificação com mais segurança.

Norma técnica, responsabilidade e cadeia qualificada

Uma preocupação recorrente de quem vê novidade é a segurança regulatória, destaca pela arquiteta Márcia: o sistema é normatizado no Brasil e requer responsáveis técnicos, como qualquer obra séria.

Projeto de arquitetura, projeto estrutural e execução caminham juntos. Treinamento de equipe, uso de materiais corretos e respeito às especificações são inegociáveis, destaca.

Gabriel destaca também que os perfis e as placas normatizadas e rastreáveis são essenciais, por isso a parceria com fabricantes consolidados, exatamente para não abrir brecha a improvisos que comprometem o desempenho.

Planejamento: por que decidir o sistema ainda no projeto

Um princípio simples do projeto merece destaque: quanto mais cedo o sistema construtivo é definido, melhor. Com isso, o projeto pode explorar vãos, modulações e soluções que aproveitam o potencial do método.

Se o cliente chegar com um projeto pensado para alvenaria, dá para converter? Dá, diz Gabriel, mas o ideal é reduzir remendos e perdas, industrializando peças sob medida desde o início. O recado é pragmático. Papel e computador “aceitam tudo” e custam pouco para mudar; obra não.

Vantagens concretas: previsibilidade, prazo e desperdício

Uma das grandes promessas do Steel Frame é preço fechado sem sustos. Com a industrialização, é possível controlar insumos, etapas e cronograma desde o orçamento.

No canteiro, a diferença aparece no lixo gerado. Enquanto a construção convencional pode chegar a 30% a 40% de desperdício de materiais, o Steel Frame trabalha com perdas próximas de 1%, segundo Gabriel.

Prazo também pesa. Em empreendimentos de grande porte, a combinação de estrutura de concreto com fechamentos leves tem encurtado cronogramas em certos casos de até um ano a um ano e meio, reduzindo custos indiretos da obra.

Custos: onde o dinheiro entra e onde ele sai

Custo total é sempre tema sensível. Conforme Gabriel, em muitos casos, o diferencial de preço esteve na mão de obra especializada, não nos materiais em si.

A boa notícia é que Vacaria já conta com equipes formadas e em formação, treinadas inclusive fora do estado. Isso ajuda a reduzir gargalos e equalizar custos frente ao método convencional.

Outro ponto é a redução de peso quando se adotam fechamentos leves. Menos peso pode significar economia na fundação e na estrutura, especialmente em prédios de múltiplos pavimentos.

Sustentabilidade: mais do que discurso

Steel Frame é uma construção a seco, com menor uso de água e menor geração de entulho. A cadeia permite reciclagem de aço e manejo responsável de resíduos. O método contribui inclusive para créditos de carbono, dado o menor impacto ambiental do processo. Não é só velocidade; é o fator ambiental.

Márcia destaca que esse padrão já é corrente em países de referência. Ao adotar boas práticas, Vacaria se alinha a um padrão internacional de desempenho.

Durabilidade e desempenho: conforto e vida útil

A crítica fácil diz que “é frágil” e “vai voar com o vento”. Puro desconhecimento. Com projeto estrutural adequado, fixações corretas e placas especificadas, o sistema entrega resistência e conforto.
Há ganhos de isolamento térmico e acústico, quando comparado a soluções convencionais equivalentes.

Gabriel citou placas técnicas com vida útil projetada de mais de 100 anos, mencionando previsões de durabilidade na casa de 300 anos para alguns modelos utilizados no sistema. É um número que evidencia a robustez quando tudo é feito conforme as normas.

Mão de obra: o nó que a industrialização desata

O declínio da mão de obra tradicional é um fenômeno nacional. O “mestre” que formava serventes e futuros pedreiros está se aposentando, e poucos jovens querem a lida pesada do canteiro.

Márcia lembrou que também houve mudanças legais que afastaram crianças e adolescentes dos ambientes de obra, cortando um canal informal de aprendizagem que existia. Ninguém está defendendo o passado, foi um processo de proteção social, mas o efeito colateral foi real.

Nesse cenário, industrializar virou necessidade. Com processos repetíveis, kits e montagem padronizada, o sistema reduz a dependência de ofícios que estão rareando.

Santa Catarina e o efeito de escala: para onde o mercado aponta

A conversa também olhou além de Vacaria. Segundo Gabriel, Itapema e o litoral catarinense vivem um boom imobiliário que escancara a falta de mão de obra. Construtoras locais não querem mais assentar tijolo e rebocar em todas as etapas.

A tendência é manter estrutura de concreto e migrar fechamentos internos e externos para sistemas leves. O resultado aparece no custo de canteiro e no prazo. Menos tempo de obra, menos estadia de equipes, menos gastos indiretos, ganhos que somam milhões em empreendimentos de grande porte.

Mitos e verdades: o que ainda precisa ser desmistificado

  • O mito da fragilidade é o mais teimoso. A imagem de “casa leve” vira sinônimo de “casa fraca” e não poderia estar mais longe da realidade quando o sistema é bem executado.
  • Outro ponto é confundir Steel Frame com drywall. Drywall é solução de vedação interna; Steel Frame é estrutura e vedação, com exigências superiores de material e montagem.
  • Há também a crença de que “é tudo igual, então o mais barato resolve”. Márcia fez um alerta: quando a diferença de preço é grande demais, desconfie, pode haver material fora da norma, menor galvanização ou placas inadequadas.

Qualidade dos fornecedores: onde não se pode errar

Gabriel contou que a Fast trabalha com uma parceria industrial de grande porte para garantir padrão e rastreabilidade. Perfis, fitas, parafusos, membranas e placas precisam ser os corretos para cada camada do sistema.

É o tipo de obra em que atalho custa caro. A economia no item errado vira infiltração, trinca e retrabalho, destaca o Engenheiro.

O conselho é simples e vale para qualquer método: compare orçamentos equivalentes e verifique responsáveis técnicos, memorial descritivo e marcas. Ninguém faz milagre com metade do preço sem cortar naquilo que não deveria.

Passo a passo ideal: do primeiro traço ao último parafuso

  • O caminho começa no projeto arquitetônico, preferencialmente já orientado ao sistema.
  • Em seguida, o projeto estrutural em Steel Frame dimensiona perfis, ligações e ancoragens.
  • Com tudo aprovado, a fábrica industrializa os kits de perfis e as equipes programam a montagem em obra.
  • Enquanto isso, a base em radier é executada, nivelada e preparada para receber a estrutura.
  • A etapa de fechamentos combina placas externas e internas, membranas, fitas e selagens de acordo com o caderno técnico.
  • Instalações passam por shafts e vazados planejados, sem quebra-quebra.
  • O acabamento final se beneficia de planicidade e de prazos curtos entre camadas.
  • No fim, a limpeza do canteiro diz muito sobre o processo: quase não há entulho.

O que fica para quem vai construir

O Steel Frame não é moda; é evolução do processo construtivo. Entrega previsibilidade, rapidez, menos desperdício e desempenho quando segue normas e boas práticas.

Não é um sistema para “qualquer um montar”. Exige projeto, técnica e fornecedores sérios e Vacaria já conta com agentes locais puxando essa fila.

Seja para uma casa térrea, seja para empreendimentos de múltiplos pavimentos, a lógica é a mesma. Planejar cedo, comparar certo e escolha sempre quem demonstra lastro técnico.

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