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No Podcast: Janice Machado, mestre em Saúde Animal com ênfase em Medicina Preventiva

O Diário de Vacaria segue abrindo espaço para o Agro, agora para uma iniciativa que promete colaborar ainda mais com a pecuária nos Campos de Cima da Serra. Vamos dar início a uma série de conversas técnicas com a médica veterinária Janice Machado, mestre em Saúde Animal com ênfase em Medicina Preventiva e fundadora da recém-criada Academia do Campo.

No Diário de Vacaria: Janice Machado, mestre em Saúde Animal com ênfase em Medicina Preventiva

Com mais de 25 anos de experiência na pecuária, Janice compartilhou sua trajetória profissional, iniciada em 1999 como técnica agrícola, até sua especialização em medicina preventiva e atuação como consultora em bovinocultura de corte.

Do diagnóstico ao comportamento animal

Um dos pontos centrais da conversa foi a importância da medicina preventiva na pecuária. Janice destacou que, ao contrário da abordagem corretiva — quando o animal já está doente —, a medicina preventiva busca antecipar os problemas por meio da observação do comportamento animal.

“O animal muda o olhar, as orelhas caem, o pelo fica diferente… São sinais sutis, mas que mostram que algo está para acontecer. Quando a gente treina o olhar, consegue intervir antes do agravamento”, explicou Janice, que ainda reforçou que esses comportamentos estão cientificamente ligados a preditores de doenças.

A proposta da Academia do Campo

Inspirada na necessidade de promover o conhecimento técnico e enfrentar gargalos como a escassez de mão de obra qualificada, nasceu a Academia do Campo. O projeto, segundo Janice, quer traduzir a ciência para o produtor rural e capacitar colaboradores com uma visão holística do sistema produtivo. Mais do que apenas treinar, a proposta é formar pessoas capazes de agir de forma proativa dentro da propriedade.

“Treinar é repetir uma tarefa até ficar boa. Capacitar é preparar alguém para entender o sistema, tomar decisões e antecipar problemas”, resumiu.

Planejamento: o segredo está no desenho da propriedade

Um dos principais temas abordados foi o planejamento forrageiro, especialmente no contexto das pastagens de inverno, que começam a ser implantadas em abril. Janice destacou que o planejamento deve considerar a vocação da propriedade, as condições de solo, o número de animais e o calendário agrícola.

“O solo precisa ser analisado. Não adianta escolher uma forrageira que não se adapta ao tipo de solo. Uma análise custa cerca de R$ 60 e evita muitos erros caros depois”, destacou a especialista.

Além disso, Janice alertou sobre a importância de respeitar a altura ideal de entrada e saída dos animais em cada tipo de pastagem. “Isso garante a permanência da planta, evita que fique fibrosa demais e ajuda a manter a produtividade e a qualidade do alimento.”

Integração lavoura-pecuária e o papel do técnico

A conversa também abordou a crescente prática de integração lavoura-pecuária na região, principalmente na sucessão entre soja e pastagens. Janice reforçou que o papel do técnico é essencial nessa transição. Ele deve entender a vocação da propriedade, traduzir as demandas do produtor e alinhar as soluções propostas pela indústria.

“O técnico conecta o desejo do produtor à realidade da propriedade. Ele é o elo com a indústria e com a ciência”, afirmou.

Solo, espécies e calendário: os pilares do sucesso

Para que o planejamento forrageiro seja efetivo, é preciso conhecer bem o solo, escolher a espécie certa para cada estação e desenhar um calendário claro de ocupação das áreas. Janice exemplificou com a escolha de espécies como azevém, aveia, trevo e festuca — todas com características distintas e adaptadas ao clima e ao tipo de solo da região.

“Se a forrageira ultrapassar o ciclo ideal e precisar ser retirada antes do tempo, o produtor estará desperdiçando investimento. O planejamento é literalmente um desenho da propriedade ao longo do ano”, destacou. – Na imagem abaixo, duas referências fornecidas pela Embrapa.

Campo nativo: um ativo muitas vezes esquecido

Em tempos de recursos limitados, o campo nativo também foi lembrado como uma alternativa viável, desde que manejado corretamente. “Se não é possível investir numa pastagem, vamos trabalhar o nativo. Ele também pode entregar bons resultados se bem manejado”, concluiu.

Conteúdo contínuo e participativo

O podcast termina com o convite à participação do público. A ideia é construir, ao longo do ano, uma série de episódios que acompanhem a cronologia dos manejos na pecuária regional, mês a mês, abordando temas práticos e relevantes para produtores, técnicos e empresas.

“Queremos criar uma bola de neve do bem, onde cada um contribui com informação, dúvida ou sugestão. Estamos construindo um canal para fortalecer nossa pecuária.” – Destacou Lucas.

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