No podcast Espaço no Esporte, série chega a Campestre da Serra e mostra trabalho de base

Na terceira parada de uma série especial do podcast Espaço no Esporte, que já passou por Bom Jesus e Muitos Capões, o foco agora se volta para Campestre da Serra, onde o esporte se consolida como ferramenta de transformação social e comunitária.

A série, apresentada por Lucas Barp e Fernandinho, atual secretário de Esportes de Vacaria, tem como objetivo fortalecer o esporte na região dos Campos de Cima da Serra, valorizando projetos, pessoas e políticas públicas que fazem a diferença em cada município.

Neste episódio, os convidados foram dois nomes fundamentais no processo de renovação esportiva em Campestre: Flávio Turani Fernandes e Rafael, ambos com trajetórias marcadas dentro das quatro linhas, e hoje atuando como coordenadores e professores que comandam uma nova fase da estrutura esportiva local.

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Espaço no Esporte: um projeto itinerante que conecta municípios

Idealizado como um canal para dar voz aos protagonistas do esporte regional, o podcast Espaço no Esporte tem reunido histórias inspiradoras em cada cidade por onde passa. Em Bom Jesus, o foco foi no futebol de campo. Em Muitos Capões, o destaque foi para o futsal. Agora, Campestre da Serra se apresenta com um modelo mais amplo: uma gestão que abrange futebol 7, escolinhas de base, futsal, corrida de rua, e até torneios de cartas, como canastra e bisca.

“É um povo que ama o esporte, mas que precisava de estrutura. E agora ela está chegando”, resume Flávio, vacariense de origem, ex-atleta profissional, árbitro federado e hoje responsável direto pela reestruturação esportiva da cidade.

Atletas que voltaram como educadores

Flávio e Rafael têm em comum a vivência esportiva e o retorno à cidade com a missão de devolver em forma de educação aquilo que o esporte lhes proporcionou. Flávio jogou por 14 anos no profissional, com passagens por clubes como o Glória e temporadas na Itália. Após um terremoto na Europa, decidiu mudar de vida e passou a investir na arbitragem e formação técnica, sem deixar o esporte.

Rafael, criado com os avós no campo, lutou por uma oportunidade nos gramados — chegou a fazer testes em clubes como Glória e Caxias —, mas viu nas categorias de base um novo caminho. Montou sua própria escolinha em Campestre e hoje, com mais de 15 anos de trabalho com jovens, é um dos pilares da atual estrutura esportiva.

Nova estrutura: onde antes faltava bola, hoje sobra projeto

A grande virada começou com o aproveitamento de uma escola estadual desativada, transformada em sede central para a escolinha de futebol. Lá, crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos treinam em contraturno escolar. É um verdadeiro centro esportivo comunitário, com cinco categorias e material completo fornecido pela gestão municipal.

“Antes, o Rafa era o técnico, o massagista e o roupeiro. Agora temos equipe, temos apoio, temos estrutura”, destaca Flávio. A mudança permitiu também a criação de um calendário esportivo cheio: campeonato de futebol 7, buchas, canastra, futsal (masculino, feminino e veterano), corrida de rua e muito mais.

Vacaria como polo regional e inspiração para Campestre

O impacto da valorização do esporte em Vacaria também chega a Campestre. Rafael é presidente do Vila Real, clube campestrense que disputa a Série B do Campeonato Amador de Vacaria, competição que vem ganhando destaque no estado — tanto pelo nível técnico quanto pela premiação, que chega a R$ 10 mil para o campeão.

“É um dos maiores campeonatos amadores do Rio Grande do Sul. Joguei em várias cidades, mas o que tem em Vacaria é diferente”, disse Rafael. Flávio também reforça: “Como árbitro, apito em muitos lugares. Mas esse modelo aqui está se tornando referência.”

Referência que inspira e transforma

Com a estrutura física e profissional montada, o trabalho agora é de formação de valores, como destacaram os convidados. “A criança pode não virar atleta profissional, mas vai aprender a se cuidar, a ter disciplina, a respeitar o coletivo. Isso muda tudo”, afirmou Fernandinho.

A iniciativa da prefeitura de Campestre, com apoio direto da Secretaria de Educação e Esportes, é também um exemplo de como políticas públicas bem aplicadas podem impactar vidas. “Temos hoje uma equipe formada por profissionais da área, e isso é fundamental. Saber o que fazer e como fazer muda o resultado”, reforça Rafael.

Esporte é saúde, é cultura, é formação

Durante o podcast, Fernandinho também destacou que esporte e saúde caminham juntos — e que é preciso romper a ideia de que saúde é apenas ausência de doença. “Corpo em movimento não enferruja. E o esporte é isso: prevenção, bem-estar, mente ativa. Com estrutura, ele se torna uma ferramenta poderosa”, afirmou.

Com o avanço do digital e das distrações tecnológicas, os três convidados concordam: é necessário criar atrativos reais para que o jovem opte pelo esporte. E isso passa por mais do que paixão — passa por investimento, representatividade e exemplo.

O que vem por aí?

O episódio terminou com um convite à comunidade para dois grandes eventos em Vacaria: a Copa Banrisul RS de Tênis, com 350 inscritos, e o Campeonato Estadual de Kart, ambos com apoio direto da prefeitura e da Secretaria de Esportes. São ações que fortalecem o calendário esportivo regional e dão visibilidade a projetos locais.

“O kart vai trazer pilotos de várias cidades. O tênis já está movimentando o Parque Santa Teresa. Isso mostra como o esporte também é turismo e economia”, destacou Fernandinho.

Esporte como missão e como legado

A série do podcast Espaço no Esporte chega a Campestre da Serra com a certeza de que o esporte está mais vivo do que nunca na região dos Campos de Cima da Serra. Com profissionais comprometidos, projetos bem estruturados e apoio público real, o município vira referência — e mostra que, mesmo nas pequenas cidades, grandes transformações podem acontecer quando o esporte é levado a sério.