No Dia da Mulher, uma esposa assume a missão de seguir sem o marido Brigadiano atropelado

Neste sábado (8), Dia Internacional da Mulher, uma delas precisará encontrar forças para seguir em frente sem o marido ao seu lado. A esposa do sargento Luis Fernando Luisi não teve tempo para homenagens ou celebrações.

O que deveria ser um dia de reconhecimento e conquistas se transformou em um marco de dor. Agora, ela tem a missão de levar adiante a família sem o homem que jurou proteger a sociedade e que foi covardemente atropelado enquanto cumpria esse dever.
O sargento da Brigada Militar, de 33 anos, foi morto na BR-386, em Soledade, atropelado por um veículo com placa clonada que fugia de uma blitz. Um policial que se dedicou à segurança de todos teve sua vida interrompida de maneira brutal. E, com isso, sua esposa foi lançada a um desafio que nenhuma mulher deveria enfrentar: criar os filhos sozinha, reconstruir sua vida e carregar a ausência de quem deveria estar ao seu lado.
O Atropelamento na BR-386 e a Captura do Motorista
A Brigada Militar havia recebido informações sobre uma caminhonete circulando com placa clonada pela rodovia. Durante a tentativa de abordagem, o condutor desobedeceu a ordem de parada e acelerou, atingindo violentamente o sargento Luisi. Gravemente ferido, ele foi socorrido, mas não resistiu e faleceu a caminho do Hospital Frei Clemente de Soledade.
Após o atropelamento, a concessionária CCR ViaSul informou que o veículo capotou. O motorista tentou fugir a pé, mas foi rapidamente capturado pela Brigada Militar. Agora, ele enfrentará as consequências de um ato que custou a vida de um homem que se colocou na linha de frente para garantir a segurança de todos.
Um Pai Que Não Volta Para Casa
Luis Fernando Luisi ingressou na Brigada Militar em 2009 e, desde então, servia no 38° Batalhão de Polícia Militar. Durante anos, enfrentou os desafios diários da profissão com coragem, comprometimento e um senso de dever inabalável. Mas, apesar de todo o seu esforço para garantir a segurança de outros lares, seu próprio lar agora sente o impacto irreparável da violência.

No Dia da Mulher, sua esposa não recebeu flores, não teve tempo para comemorar. Ela precisou reunir forças para consolar seus filhos e para encarar um futuro que, até ontem, era compartilhado com seu companheiro. O que antes era um lar protegido pelo amor e pela presença de um pai agora se torna um espaço de saudade e de perguntas sem resposta.
Nota Oficial da Brigada Militar
A Brigada Militar manifestou seu pesar pela perda irreparável:
“Nota de Pesar
A Brigada Militar comunica, com profundo pesar, o falecimento do 2° Sgt Luis Fernando Luisi, ocorrido na madrugada deste sábado (8), em Soledade.
O militar estadual, do 38° BPM, foi atropelado, na BR-386, por um veículo clonado que estava circulando na via e não obedeceu à abordagem policial.
O 2° sargento Luis Fernando, 33 anos, ingressou na Brigada Militar em 2009, lotado desde o início da sua carreira no 38° BPM. Deixa esposa e filho de 2 anos.
A BM se solidariza com familiares e amigos neste momento difícil, lamentando profundamente o ocorrido.”
A Sociedade Precisa Estar ao Lado de Quem a Protege
A morte do sargento Luisi não é apenas uma estatística ou mais um caso de violência contra as forças de segurança. É um lembrete doloroso de que cada agente da lei que se dedica a proteger a sociedade precisa do reconhecimento e do apoio daqueles que beneficia.
É fácil cobrar mais segurança, exigir policiamento ostensivo e respostas rápidas ao crime. Mas é igualmente necessário respeitar e valorizar os profissionais que fazem desse compromisso sua missão de vida. A sociedade não pode se afastar daqueles que dão a vida por ela.
Neste Dia da Mulher, além das homenagens, que haja também reflexão. Enquanto muitas mulheres celebram suas conquistas, outras estão sendo forçadas a se reerguer após perdas irreparáveis. A esposa do sargento Luisi se tornou, de um dia para o outro, mais uma mulher que precisará ser forte não porque escolheu, mas porque a vida a obrigou.
O Diário de Vacaria reforça seu compromisso em dar visibilidade ao trabalho incansável das forças de segurança e pede à população que reconheça, respeite e apoie aqueles que diariamente arriscam tudo pelo bem-estar coletivo.
A memória do sargento Luisi não pode ser esquecida. Seu nome precisa ser lembrado como símbolo de dedicação e sacrifício por um bem maior. E sua esposa, agora mais uma mãe que precisa ser forte, merece toda a força e solidariedade para enfrentar os dias que virão.