Mulher de Fases – Moda: Ita Boff, Lica Riva, Andrieli de Oliveira Pereira e Piera Hoffmann

O podcast “Mulher de Fases”, uma iniciativa do Núcleo da Mulher Empreendedora da CIC Vacaria, chega ao seu 4º episódio trazendo uma conversa sobre o varejo como vocação e a coragem como ponto de partida.
Três empreendedoras locais compartilharam suas histórias, experiências e estratégias sobre como manter negócios sólidos no setor, com foco especial no ramo da moda — um dos pilares da economia em uma cidade do interior como Vacaria (RS), que conta com cerca de 60 mil habitantes.
O encontro foi conduzido pela psicóloga Piera Hoffman e contou com a participação de Ita Boff, proprietária da Ita’s Fashion, Lica Riva, franqueada da Hope em Vacaria, e Andriele de Oliveira Pereira, sócia-proprietária do Espaço Danna que trabalha com acessórios, maquiagem e penteados. Mais do que um bate-papo, a conversa foi uma aula sobre resiliência, visão de negócio e o poder da conexão genuína com clientes e colaboradores.
Da estabilidade ao salto no escuro: o início da Ita’s Fashion
Ita Boff está no ramo do comércio há 45 anos, sendo 25 deles empreendendo. Depois de muitos anos trabalhando para outras empresas, decidiu sair de um cargo estável e bem remunerado para realizar o sonho de abrir seu próprio negócio. Mesmo com os filhos pequenos e insegurança financeira, iniciou a Ita’s Fashion com coragem, apoio do marido e muita vontade de fazer diferente.
Ela relata o início desafiador: de viagens de ônibus para São Paulo para comprar mercadoria até a montagem do primeiro estoque. A loja começou em uma sala de 100m², que parecia imensa à época, e aos poucos foi ganhando forma, clientela e estabilidade.
A virada de chave: do CLT à gestão própria
Ao lembrar da transição, Ita menciona o medo e a sensação de que poderia dar errado, mas também a convicção de que precisava fazer mais, crescer além dos limites impostos por uma estrutura corporativa. Ela apostou no conhecimento em vendas e aprendeu na prática sobre compras, finanças e gestão.
O apoio familiar foi essencial, principalmente do marido, que acreditou no projeto mesmo diante da insegurança inicial. “Eu fui com a cara, a coragem e o conhecimento em vendas”, destaca.
Lica Riva e o reencontro com o comércio
Lica Riva, por sua vez, teve uma trajetória de negação ao comércio, mesmo sendo filha de supermercadista. Durante anos se afastou do ramo, mas sentiu a necessidade de se reconectar com o trabalho fora de casa. Após uma tentativa frustrada de assumir uma loja de lingerie local, decidiu procurar diretamente a Hope, marca da qual já era consumidora.
A resposta inicial foi negativa, devido ao tamanho da cidade. No entanto, com a abertura de um novo formato de franquias para cidades menores, a oportunidade surgiu novamente, e Lica estava preparada. Hoje, ela conduz a loja Hope de Vacaria com entusiasmo e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Danna Biju: conexão e autenticidade no marketing digital
Já Andriele de Oliveira Pereira, sócia do Espaço Danna que trabalha com acessórios, maquiagem e penteados, trouxe um olhar voltado para o relacionamento. Com base no atendimento humanizado e marketing autêntico, ela construiu um negócio que conecta com o público tanto no físico quanto no digital.
A essência do Espaço Danna é fazer com que cada cliente se sinta acolhida, seja presencialmente ou pelas redes sociais. “Tem que vir do coração”, afirma Andriele. A trajetória dela mostra que empreender vai muito além de vender: é sobre criar experiências reais e memoráveis.
Gestão de pessoas como alicerce do sucesso
Ita Boff destacou a importância da gestão de pessoas e revelou que muitas de suas colaboradoras estão com ela há décadas. Clarissa, por exemplo, está há 24 anos. A valorização da equipe vai desde boas remunerações até reconhecimento pessoal, como presentes e ajuda com moradia e transporte.
Ela acredita que, por ter começado como funcionária, consegue compreender o valor do colaborador. “Eu sozinha não consigo. Eu preciso delas”, reforça.
Marketing, redes sociais e visibilidade local
Andriele explicou como o Instagram e outros canais digitais foram fundamentais para o crescimento da marca. Ela acredita que o conteúdo precisa transmitir sentimento e propósito, não apenas produto.
A participação em eventos, parcerias com outros negócios e ações conjuntas são apontadas como estratégias que geram visibilidade e confiança. O envolvimento em eventos promovidos pelo Núcleo da Mulher Empreendedora, como a Rodada de Negócios Delas, é citado como essencial para networking e expansão local.
A pandemia e a reinvenção forçada
Ita relembra o impacto da pandemia em um momento decisivo: preparava uma festa para celebrar os 20 anos da Ita’s Fashion quando tudo foi cancelado. Sem vendas e sem clientes presenciais, assim como todo o comércio local, teve que se adaptar rapidamente. “O que a primeiro que funcionou foi que graças a Deus o Júlio tinha vendido um apartamento e me deu o dinheiro, porque senão eu tinha quebrado. A verdade é essa: tinha a minha reserva do dinheiro da empresa e dava para uns 15 dias, mais do que isso não dava sabe”
A solução veio com a sacola delivery — uma sacola com peças que era entregue na casa da cliente. Uma inovação que deu certo e manteve a marca viva num período em que o comércio tradicional estava paralisado.
Dicas práticas para quem está começando no varejo
As três empreendedoras encerraram a conversa com conselhos diretos e sinceros:
- Andriele: valorize parcerias e eventos colaborativos. Juntas, as marcas se fortalecem.
- Lica: em cidades pequenas, o networking é vital. Conhecer e se conectar faz a diferença.
- Ita: faça uma pesquisa de mercado, mas escolha algo com que você se identifique. Fazer por amor é o que garante consistência e resultado a longo prazo.
Moda como vocação e dom
Ita explicou que faz a curadoria de todas as peças da Ita’s Fashion, escolhendo o que se adapta ao perfil da cliente local. Embora as marcas já tragam coleções prontas, o olhar treinado e sensível de quem vive a moda há décadas é o que guia as decisões.
Ela conta que desde criança se destaca nas vendas, e que esse dom foi sendo lapidado com prática e observação. “A pessoa quer um blazer azul. Eu não tenho. Mas eu mostro que o rosa é ainda mais bonito.”
Encerramento com sabor e conexão
Durante o encerramento do episódio, as participantes tiveram a oportunidade de degustar finger foods preparados pela Magia do Plátano, empresa vacariense reconhecida pela criatividade, capricho e qualidade de seus serviços.
Embora seja mais conhecida por realizar festas infantis, a Magia do Plátano também oferece o serviço de catering, ideal para eventos corporativos, encontros empresariais e celebrações em ambientes personalizados.
Com o serviço de catering, a equipe leva toda a estrutura necessária — incluindo comida, bebida, equipe e materiais — até o local escolhido pelo cliente, oferecendo praticidade sem abrir mão do bom gosto.
A proposta é clara: você não se preocupa com nada e ainda surpreende seus convidados com uma experiência gastronômica criativa e bem executada. Para conhecer mais, basta seguir o perfil @magiadoplatano no Instagram e agendar sua própria experiência mágica.
Rodada de Negócios Delas: conexões que impulsionam o empreendedorismo local
Durante o episódio, foi feito o convite para a Rodada de Negócios Delas, que acontece no dia 10 de julho, às 8h da manhã, na CIC Vacaria. O evento, promovido em parceria com o Sebrae, é voltado para mulheres empreendedoras que desejam ampliar sua rede de contatos, apresentar seus negócios e criar parcerias estratégicas.
Com uma dinâmica exclusiva e prática, a rodada é uma oportunidade poderosa de fortalecimento do comércio local e do empreendedorismo feminino. As vagas são limitadas, e a participação tem se mostrado transformadora para quem busca crescer em comunidade.
Convite final e continuidade do projeto
A equipe do podcast reforçou o convite para o público seguir as redes sociais do Núcleo da Mulher Empreendedora e da CIC Vacaria, além de ficar atenta aos próximos episódios do “Mulher de Fases”, que seguirá mensalmente, sempre com temas voltados ao universo do empreendedorismo feminino.