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Márcia Fett, Deise Molon e Daniela Viapiana no Podcast Arquitetura e Construção do Diário

Quando o caminho escolhe você: os bastidores da arquitetura em Vacaria

O segundo episódio do Podcast Arquitetura e Construção, realizado pelo Diário de Vacaria, trouxe um bate-papo descontraído, porém cheio de conteúdo técnico e reflexões importantes. Lucas Barp e a Arquiteta Márcia Fett receberam as arquitetas Deise Molon e Daniela Viapiana que representam com maestria a arquitetura que ganha cada vez mais espaço em Vacaria e região unindo estética, funcionalidade e bem-estar.

Márcia Fett, Deise Molon e Daniela Viapiana no Podcast Arquitetura e Construção do Diário de Vacaria

Logo no início, ficou claro que o podcast seria mais do que uma conversa sobre tendências. Seria uma aula sobre a realidade da arquitetura — aquela que vai muito além das revistas e das redes sociais.

Quando a arquitetura acontece antes mesmo do nascimento

Deise Molon contou que sua história na arquitetura começou ainda antes de nascer. Filha de Pedrinho, fundador da Construtora Carindeise, um profissional muito querido e reconhecido pelo seu trabalho na região, ela conta que cresceu no ambiente da construção civil.

Embora no começo não soubesse exatamente o que era ser arquiteta, se apaixonou pela profissão durante a jornada acadêmica, mesmo depois de ter que enfrentar dificuldades nas disciplinas de projeto.

Já Daniela Viapiana surpreendeu com o insight de onde começa a sua história. O sonho dela era ser dentista, mas já no vestibular as linhas apontavam para outra direção. Foi então que surgiu a arquitetura na sua vida, quase que por acaso, ao se conectar olhando as plantas de apartamentos nos jornais. Fez o vestibular para arquitetura, passou e nunca mais saiu desse universo, onde já atua há mais de 21 anos.

O equilíbrio entre o bonito e o funcional: missão do arquiteto

As três arquitetas foram unânimes em afirmar que um projeto só é bom se ele une estética, funcionalidade e bem-estar. Deise foi taxativa ao dizer: “Se for funcional, ele vai ser bonito”. Para ela, o cliente precisa se sentir representado no projeto e isso só é possível quando há empatia e escuta. A estética, por mais relevante que seja, é sempre subjetiva.

Márcia Fett reforçou que o arquiteto não desenha para si, mas para quem vai viver no espaço. E Daniela completou lembrando que muitas vezes o arquiteto precisa ajudar o cliente a entender o que ele quer, mesmo quando o próprio cliente ainda não sabe.

Arquitetura da vida real: imprevistos, mudanças e adaptações

Outro tema que tomou conta da conversa foi a realidade dos canteiros de obra, especialmente nas reformas. As profissionais explicaram que, muitas vezes, no meio da execução aparecem surpresas — um cano escondido, um pilar onde não deveria estar, ou a vontade do cliente de mudar algo em cima da hora.

Deise destacou que, para isso, a relação com o cliente precisa ser de total confiança. Afinal, uma simples mudança pode afetar hidráulica, elétrica, cronograma e orçamento. E o problema cresce quando o cliente tenta resolver diretamente com o construtor, pulando o arquiteto, o que gera retrabalho e até riscos desnecessários.

O Instagram não mostra quem limpa: a armadilha das tendências

Com muito bom humor, as arquitetas falaram sobre os modismos que surgem nas redes sociais e nas revistas de decoração. Deise lembrou de um exemplo claro: muxarabi no teto. Bonito na foto, mas na prática um pesadelo — acumula poeira, teias de aranha e vira dor de cabeça na limpeza.

Márcia Fett foi direta: “Arquitetura é vida real. Quem limpa não é o arquiteto, é quem mora.” E acrescentou que uma casa precisa ser pensada não só para ser bonita, mas para ser prática, fácil de manter e confortável.

Planejar é economizar: projeto não é custo, é investimento

O recado foi unânime e firme: quem não faz projeto, paga mais caro no final. Sem um bom planejamento, qualquer obra vira um campo de improvisos, de retrabalho e de frustração.

Daniela reforçou que o primeiro passo de todo projeto precisa ser entender quanto o cliente planeja investir, para trabalhar exatamente dentro do que está disponível. Sem isso, não se começa nada.

Deise acrescentou que outro ponto fundamental é fazer o chamado “programa de necessidades”, que é a lista do que aquele cliente realmente quer e precisa — número de quartos, se quer uma cozinha com ilha, uma área gourmet, garagem para dois carros ou três, lavanderia ampla e assim por diante.

Márcia lembrou que é no papel que se resolve tudo. A borracha apaga fácil. Na obra, o que se apaga custa muito caro.

O arquiteto como agente transformador da cidade e da vida das pessoas

Muito além de casas, o arquiteto tem papel fundamental na transformação urbana. Desde o planejamento de praças, jardins, ruas, até edifícios e espaços públicos. As profissionais destacaram que uma cidade bem pensada melhora a qualidade de vida, promove bem-estar e gera mais pertencimento para quem vive ali.

Dicas para quem sonha em ser arquiteto

Para quem está pensando em seguir carreira na arquitetura, os conselhos foram sinceros e inspiradores.

Deise disse que arquitetura é, antes de tudo, um estilo de vida. Exige paixão por pessoas, por processos, por transformar espaços. Daniela complementou que o arquiteto tem impacto direto na vida dos outros. Cada projeto muda uma família, uma empresa, uma cidade. E Márcia lembrou que, além de criatividade, é preciso ter empatia e paciência — a chave é entender que o trabalho é sobre pessoas e suas histórias.

2º Podcast Arquitetura e Construção do Diário de Vacaria

O podcast deixou claro que arquitetura não é sobre luxo, nem sobre tendências passageiras. É sobre melhorar a vida das pessoas, seja na sua casa, no seu comércio, ou na sua cidade. E mais: é sobre transformar sonhos em espaços reais, práticos, bonitos e duradouros.

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