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Guincho, Remoção e Depósito: Ivo Salvador e Diego Molon da ERB Guinchos no Acelera Diário

No 26º episódio do podcast Acelera Diário, o tema central foi um dos serviços mais essenciais e ao mesmo tempo menos compreendidos, no cotidiano do trânsito: o trabalho dos guinchos, o serviço de remoção e o depósito “pátio” do Detran.

Guincho, Remoção e Depósito: Ivo Salvador e Diego Molon da ERB Guinchos no Acelera Diário

Para discutir o tema, Lucas e Digão receberam os representantes da ERB Guinchos, Ivo Salvador e Diego Molon. A conversa foi muito além do que se espera de uma empresa de remoção de veículos, revelando um universo que envolve desde emergências até o transporte de um avião.

25 anos de história e compromisso com a comunidade

A ERB Guinchos comemora 25 anos de existência em 2025. Embora a gestão de Ivo e Diego tenha começado em 2017, os atuais proprietários reforçaram que essa mudança impulsionou uma série de melhorias estruturais.

Foram adquiridos novos caminhões, ampliada a frota de Muck’s e plataformas, e construída uma sede nova com um pátio capaz de receber até 5 mil veículos.

“Hoje nós temos dentro do pátio aproximadamente 800 carros. E suporta, temos mais espaço aí para mais uns 3 ou 4 mil veículos, sem aumentar na área que a gente tem atrás do nosso pátio, uma área maior ainda.” destacou Ivo.

A nova estrutura possui salas separadas para motoristas, colaboradores, visitantes e um sistema de segurança com monitoramento por 30 dias, conforme exigência do Detran.

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Duas frentes de atuação: atendimento privado e credenciamento oficial

O trabalho da ERB Guinchos se divide em duas vertentes: atendimento a pessoas físicas e empresas privadas, e serviços credenciados pelo Detran-RS. Este último exige rigorosas normas de conduta, treinamento e registro de todo o processo de recolhimento e guarda do veículo.

No caso de acidentes, a atuação do guincho não é acionada diretamente por polícia ou por terceiros. O protocolo exige que os órgãos de segurança, como a PRF, BM ou guarda municipal, acionem o 0800 do Detran, que por sua vez convoca o guincho da vez.

“Vacaria tem dois guinchos cadastrados no Detran para fazer as remoções. E o Detran aciona um de cada vez. O Detran é muito rigoroso em cada vez chamar um.” Explicou Diego.

O papel do guincho em acidentes com óbito ou problemas administrativos

Em casos de sinistros com vítimas, é obrigatório que o veículo passe por perícia antes de qualquer liberação. Por isso, o automóvel é recolhido imediatamente ao pátio credenciado, sendo preservado exatamente nas condições em que foi encontrado.

Detalhes como arranhões, estado dos pneus, nível de combustível e itens como step, chave de roda e bateria são registrados por fotos georreferenciadas, armazenadas tanto no sistema da empresa quanto no banco de dados do Detran.

“No local do acidente são tiradas 8, 10, 12 fotos, para quando o cliente for retirar o veículo no guincho, ele esteja nas mesmas condições que nós pegamos no local.” Explicou Ivo.

Quando o problema é de ordem administrativa, como documento vencido ou mau estado de conservação, o recolhimento também é feito mediante ação policial, mas com liberação do veículo condicionada à regularização.

Custo emocional e humano: muito além do trabalho mecânico

Diego e Ivo relataram que o trabalho do guincheiro vai além da parte técnica. Em várias situações, principalmente nos escritórios da empresa, é comum que familiares desabafem sobre perdas recentes.

O acolhimento e a empatia são elementos indispensáveis. “Lá no escritório acontece mais esse caso de estar com a pessoa emocionalmente um pouco abalada do que no local. Eles querem às vezes desabafar com a gente.” Contou Diego.

Há também momentos em que a empresa precisa atuar com agilidade extrema, como no resgate de vítimas presas nas ferragens.

“Me ligou um agente da PRF: ‘Diego, manda o Muck aqui porque o cara tá dentro do caminhão, tá preso’. Quando chegou de volta o caminhão no pátio, acho que era umas sete ou oito da manhã, eu me arrepiei. O funcionário disse: ‘salvamos o cara’.” relatou Diego.

Procedimentos legais: da guarda ao leilão de veículos

O destino de um carro recolhido pode variar. De acordo com a legislação vigente, após dois meses sem regularização, o veículo pode ser incluído em edital de leilão. Entretanto, quando há vínculos judiciais, penhoras ou causas trabalhistas, o processo se estende por anos.

“A lei determina que a partir de dois meses o carro tá apto a leilão. Mas, por exemplo, carros que têm restrições de penhora, causas trabalhistas, essas coisas, não vai a leilão porque ele já tá penhorado.” explica Ivo.

Mesmo com veículos permanecendo por até 10 anos no pátio, a legislação limita a cobrança de estadia a seis meses. “Todos os carros presos no guincho que é cobrado diária é limitado em seis meses. Então não é cobrado a vida inteira lá.” contou Ivo.

Toda a arrecadação referente a taxas, diárias e regularizações é feita diretamente via Detran, cabendo à ERB apenas a prestação de serviço.

Infraestrutura que atende do imprevisto ao extraordinário

Com estrutura para atender desde carros populares até cargas pesadas e indivisíveis, a ERB também realiza serviços particulares de alto valor agregado. Já transportou piscinas, sofás até mesmo um avião, após um acidente em lavoura.

“Foi no ano de 2018, 2019. Fomos numa lavoura aqui em Vacaria onde caiu um avião. Tiveram que desmontar, tirar as asas do avião, porque não cabia no caminhão. Fomos com dois caminhões e levamos para Caxias do Sul na época” relembrou Ivo.

Além disso, a empresa realiza atendimentos constantes em apoio aos Bombeiros e órgãos de trânsito.

“Se envolve um acidente de carga de produto químico, por exemplo. Você não pode chegar lá e tentar fazer remoção, botar a mão, porque tu não sabe que produto que é. Tem que esperar um órgão, no caso de químico é a FEPAM, que vai lá e vai isolar a área.” explicou Diego.

Treinamento e experiência: a combinação vital

Todos os colaboradores da ERB possuem cursos de formação. No entanto, tanto Ivo quanto Diego destacam que a verdadeira formação ocorre na prática.

Nenhuma situação é igual à outra, e a experiência acumulada ao longo dos anos faz toda a diferença em operações delicadas e complexas. O trabalho requer conhecimento técnico, calma e responsabilidade.

Conselhos práticos para motoristas e viajantes

A ERB alerta para que motoristas não deixem para verificar documentos e condições do carro na última hora. Questões como pneus, óleo, IPVA, licenciamento e multas precisam estar 100% em dia.

“Normalmente a gente é meio que desorganizado. Ah, vou viajar, só pega a chave e vai embora. Mas as pessoas não lembram, tu tem que olhar o combustível, troca de óleo, os pneus, a bateria.” destacou Ivo.

Outro ponto importante: pagar apenas o IPVA e o licenciamento não garante a regularização se houver multas vencidas ou restrições de circulação.

“A pessoa vai lá: ‘ah, como é que guincharam meu carro se eu paguei o licenciamento?’ Daí a gente vai olhar no sistema: realmente ele pagou o IPVA, pagou a taxa, mas não pagou as multas. E o licenciamento do veículo é composto por vários itens e dentro de um deles é pagar as multas vencidas.” explicou Diego.

O ideal é emitir o documento atualizado no CRVA. Caso o documento digital não seja gerado, é sinal de pendências a serem resolvidas.

Desafios do reconhecimento e das exigências legais

A ERB reforça que apenas executa o que é solicitado e permitido pelo Detran. Muitos clientes confundem a empresa com o “responsável” por recolher o veículo, quando na verdade ela atua como agente executora.

“A gente presta serviço pro Detran e tem que fazer as liberações de acordo com o que o Detran exige pra nós não recebermos uma punição. Não sou eu que dito as regras.” esclareceu Diego.

A portaria 441/2018 do Detran estabelece todo o protocolo de liberação de veículos, inclusive em casos de pessoas falecidas, empresas ou situações judiciais.

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