Estudo aponta que rodeios movimentaram mais de R$ 2 Bilhões no RS em 2023
Um estudo conduzido pela Universidade Feevale, em colaboração com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), revelou que os rodeios exerceram um impacto significativo na economia do Rio Grande do Sul no ano de 2023.
Os resultados foram apresentados durante o 35º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria nesta terça-feira (6/2).
Na pesquisa inicial, que visa quantificar o emprego e a renda gerados pelas tradições gaúchas, os números se concentram nos rodeios.
Apenas o evento de Vacaria, um exemplo do potencial econômico das festividades campeiras, registrou um orçamento de mais de R$ 8 milhões em despesas diretas.
No ano passado, foram realizados 3.264 rodeios, festas campeiras e torneios de tiro de laço, marcando um aumento de 15% em comparação a 2022.
Dentre esses eventos, 294 foram considerados de grande porte, 1.565 médios e 1.405 pequenos, com investimentos médios de R$ 800 mil, R$ 350 mil e R$ 150 mil, respectivamente.
Estima-se que a manutenção anual de 10 mil animais tenha gerado cerca de R$ 375 milhões em gastos, abrangendo alimentação, hospedagem, transporte, vacinas e acessórios.
Os custos relacionados ao aluguel de gado nos rodeios ultrapassaram os R$ 73 mil, enquanto os investimentos em aspectos artísticos, como ensaios e músicos, totalizaram mais de R$ 355 milhões em 2023.
Os praticantes de laço investiram aproximadamente R$ 30 milhões anualmente em indumentária, enquanto o público frequentador dos rodeios contribuiu com mais de R$ 52 milhões.
O economista José Antônio Ribeiro de Moura, da Universidade Feevale, destacou a popularidade crescente dos rodeios no estado, que chegam a uma média de mais de 60 eventos a cada fim de semana.
Comparativamente a outros setores da economia gaúcha, os números do tradicionalismo representam o dobro das exportações brasileiras de calçados em 2023 e 70% a mais do que a produção de uvas no estado.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, enfatizou que o tradicionalismo não apenas reflete a identidade cultural, mas também impulsiona a economia do estado, conforme evidenciado pelo estudo.
O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, ressaltou que a pesquisa fornecerá subsídios importantes para políticas públicas de promoção das tradições gaúchas.
O estudo, que está em andamento, abordará outras áreas, como o Centro de Tradições Gaúchas, o cavalo crioulo, a erva-mate, o chimarrão e a radiodifusão, com previsão de conclusão ainda neste semestre.