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Escola pede material, Procon fala do preço, Banco Central da inflação e o bolso fica como?

A volta às aulas está chegando e, com ela, a temida lista de material escolar. No entanto, enquanto as escolas fazem suas solicitações, os preços assustam: uma pesquisa do Procon-RS revelou variações superiores a 3.000% entre os itens mais baratos e os mais caros.

O que está acontecendo na economia?

Na última segunda-feira (03/02), o Banco Central divulgou novos dados que não trazem boas notícias para os consumidores.

A inflação esperada para 2026 subiu para 4,28%, e a deste ano segue alta, em 5,51%.

A taxa de câmbio segue em R$ 6,00 por dólar para o final de 2025 e 2026, pressionando os preços de bens industrializados, incluindo materiais escolares como mochilas, cadernos e estojos.

Com o crescimento do PIB desacelerando para 2,06% em 2025 e 1,72% para 2026, explicado pela piora nas condições financeiras e menor impulso fiscal, o bolso do brasileiro sente o peso de um cenário econômico que torna cada compra um desafio.

A educação, que deveria ser um investimento acessível, acaba virando mais um custo que exige planejamento e é claro um bolso forte.

Procon aponta disparidade nos preços dos materiais escolares

Nos dias 27 e 28 de janeiro de 2025, o Departamento de Defesa do Consumidor (Procon RS) realizou uma pesquisa de preços em sete cidades do Rio Grande do Sul.

O levantamento foi feito por meio do aplicativo Menor Preço Nota Fiscal Gaúcha, ferramenta da Receita Estadual em parceria com o Procon RS.

Os municípios analisados foram Porto Alegre, Passo Fundo, Rio Grande, Alegrete, Santa Maria, Capão da Canoa e Caxias do Sul. No total, foram pesquisados 23 produtos essenciais da lista de materiais escolares.

O resultado? Enquanto a lista mais barata custava R$ 32,18, a mais cara chegava a R$ 1.025,37, uma diferença superior a 3.000%.

Como evitar sustos na hora de comprar?

Diante desse cenário, a palavra-chave é planejamento. O secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Fabrício Peruchin, reforça que esse período exige cautela.

“A época de preparação para o retorno escolar é um momento de grande procura pelos mais variados tipos de materiais escolares. É comum notarmos uma grande diferença de preços entre regiões, marcas e quantidades. Por isso, sempre indicamos uma boa pesquisa pré-compra”, afirma.

Já o diretor do Procon RS, Rainer Grigolo, reforça a importância do consumidor se munir de informações antes de comprar.

“O objetivo principal da pesquisa é mostrar ao consumidor que é possível gastar menos quando se realiza pesquisas prévias de preço. E isso pode ser feito gratuitamente e sem sair de casa pelo aplicativo Menor Preço”, explica.

O que as escolas podem ou não exigir?

Além da preocupação com os valores, os pais precisam estar atentos às exigências das escolas.

Itens de uso coletivo, como produtos de higiene, pacotes de folhas para entrega na escola e canetas de lousa, não podem ser cobrados dos alunos. Esses materiais devem ser fornecidos pela própria instituição e já estão inclusos na mensalidade.

A Lei do Superendividamento, que passou a fazer parte do Código de Defesa do Consumidor, também determina que os produtos tenham o preço por unidade de medida discriminado, permitindo que o consumidor compare produtos vendidos em diferentes quantidades e escolha a opção mais vantajosa.

Alternativas para economizar sem comprometer a qualidade

Com preços altos e orçamento apertado, a criatividade se torna essencial. Entre as estratégias mais eficazes estão:

  • Reaproveitamento de materiais: lápis de cor, lapiseiras, giz de cera, canetinhas coloridas, mochilas e estojos muitas vezes podem ser reutilizados sem prejuízo para os estudantes.
  • Troca entre famílias: alunos de séries mais avançadas podem ceder materiais em bom estado para os mais novos, reduzindo a necessidade de compra.
  • Pesquisa de preços online: o aplicativo Menor Preço Nota Fiscal Gaúcha permite comparar os valores dos produtos em tempo real, garantindo que o consumidor compre no local mais barato.

Como utilizar o aplicativo Menor Preço Nota Fiscal Gaúcha?

Para quem deseja economizar sem perder tempo, o aplicativo Menor Preço Nota Fiscal Gaúcha é um grande aliado.

Com ele, o consumidor pode pesquisar os produtos e localizar os estabelecimentos que oferecem os menores preços.

A plataforma é atualizada em tempo real, conforme as notas fiscais são emitidas, garantindo informações precisas e confiáveis.

A ferramenta é gratuita e pode ser utilizada para comparar preços em diferentes locais. No entanto, os valores podem variar de acordo com o dia e horário da pesquisa, além da descrição do produto no sistema.

Como denunciar preços abusivos?

Caso o consumidor identifique preços abusivos ou irregularidades na cobrança de materiais escolares, ele pode acionar os canais de atendimento do Procon.

O primeiro passo é tentar resolver a questão diretamente com o fornecedor. Se o problema persistir, é possível buscar auxílio no Procon Municipal da cidade.

Para municípios que não possuem Procon, a demanda pode ser registrada diretamente no Procon RS por meio dos canais de atendimento online.

Também há a opção de agendar um atendimento presencial, que pode ser feito pelo WhatsApp (51 3287-6200) ou pelo site oficial do órgão.

O planejamento financeiro como ferramenta de sobrevivência

O Brasil vive um momento econômico desafiador, e a educação dos filhos não pode se tornar um peso insustentável.

Com inflação em alta, câmbio instável e juros elevados, cada real economizado faz a diferença. O levantamento do Procon RS deixa claro que pesquisar preços e planejar as compras são atitudes essenciais para evitar gastos desnecessários.

Com organização e uso das ferramentas disponíveis, é possível garantir os materiais escolares sem comprometer o orçamento da família. Afinal, conhecimento é um investimento, mas pagar mais caro do que o necessário definitivamente não é uma escolha inteligente.

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