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Entre casas e comércios: as histórias e o legado de Zamboni e Mariano, da Imobiliária Edriva

O quinto podcast do Diário de Arquitetura e Construção, abriu espaço para uma conversa emocionante e rica em história. Recebendo o empresário Heitor Zamboni e Mariano Joaquim Fontoura Mariano da Rocha, ao lado da arquiteta Márcia Fett, o episódio foi um mergulho nos 48 anos da Imobiliária Edriva.

Entre casas e comércios: as histórias e o legado de Zamboni e Mariano, da Imobiliária Edriva

O encontro foi marcado por reflexões profundas, memórias recheadas de nostalgia e ensinamentos de quem viveu o crescimento de uma cidade a partir do olhar do mercado imobiliário. Entender a história da Edriva é compreender como a ética e a amizade moldaram não apenas negócios, mas vidas.

Como tudo começou em 1977

Heitor e Mariano começaram a trajetória da Edriva enquanto ainda eram servidores públicos, funcionários da Secretaria da Fazenda. Aproveitando os períodos de folga que tinham, surgiu a ideia de abrir uma imobiliária, mesmo sem sequer saber ao certo o que seria administrar imóveis. O convite partiu de um terceiro sócio, o Palma, e a primeira sede foi em uma sala pequena de um antigo despachante.

O ano era 1977. A cidade ainda era pequena, e a locação de imóveis quase inexistia.

A maioria das pessoas que moravam em Vacaria era proprietária. As poucas locações aconteciam em situações específicas, como transferências de servidores públicos para outros municípios.

Foi nesse cenário que os sócios deram os primeiros passos, apoiados não em conhecimento técnico, mas em algo que se provou mais poderoso: o relacionamento e a confiança com a comunidade.

Esse episódio possui o apoio de @imobiliaria_edriva – Acesse este perfil para comprar, alugar ou vender o seu imóvel.

O desafio da legalização em outros tempos

Um dos episódios mais emblemáticos da história da Edriva foi o contato com o fiscal do CRECI, quando a empresa ainda operava sem que os sócios tivessem o registro necessário.

A abordagem foi feita com firmeza, mas também com bom senso e oportunidade de regularização. Heitor e Mariano fizeram o curso e se tornaram corretores devidamente registrados.

Essa experiência se transformou em um valor que passaria a nortear toda a trajetória da empresa: agir corretamente, mesmo diante dos erros, e construir relações transparentes.

Crescimento, fidelidade e o fio de bigode como contrato

Um dos elementos mais repetidos e reverenciados durante o podcast foi o “fio de bigode” — símbolo de um tempo em que a palavra tinha peso de contrato. E na Edriva, até hoje, essa tradição permanece viva.

A empresa cresceu, acumulou mais de 12 mil contratos registrados digitalmente e muitos outros em seus primeiros anos ainda à máquina de escrever.

Heitor e Mariano construíram uma cultura empresarial baseada na garantia total ao proprietário. Mesmo quando os inquilinos não pagam, a empresa assume os valores em atraso, toma as medidas cabíveis e assegura que o locador nunca saia no prejuízo.

É esse tipo de responsabilidade que garantiu à Edriva um nome sólido em meio a mais de 25 imobiliárias que hoje atuam na cidade.

Tecnologia, transformações e os novos desafios do setor

A conversa também trouxe reflexões atuais sobre os impactos da tecnologia e das mudanças no comportamento da sociedade sobre o mercado imobiliário.

Márcia Fett, com seu olhar técnico, destacou como a pandemia alterou profundamente a dinâmica dos espaços comerciais. Com mais pessoas trabalhando de casa, a demanda por salas comerciais despencou, enquanto as kitnets e imóveis menores passaram a ser mais procurados, especialmente por jovens que preferem alugar a comprar.

Heitor complementou essa análise com números preocupantes: a imobiliária chegou a ter mais de 70 salas comerciais em oferta, revelando uma crise no setor que ainda não foi completamente superada.

O modelo que antes era o investimento mais seguro, hoje exige cuidado e leitura de mercado mais precisa.

Crises econômicas, perdas e os aprendizados com o tempo

Ao longo das décadas, a Edriva também enfrentou momentos de crise. Entre eles, perdas com grandes empresas que faliram, como uma rede de farmácias que deixou um prejuízo de mais de R$ 40 mil.

Esses episódios levaram a empresa a adotar novas regras, como a exigência de fiadores em todos os contratos — medida que, embora crie dificuldades para alguns, se mostrou necessária para preservar a saúde do negócio e a segurança de todos os envolvidos.

“Os bons pagam pelos maus”, disse Mariano em um dos momentos mais emblemáticos do episódio, ao refletir sobre a necessidade de padronizar exigências mesmo diante de clientes corretos.

A imparcialidade, segundo ele, é a única forma de tratar todos com justiça.

Urbanização, loteamentos e os caminhos para o futuro

Outro ponto debatido foi a expansão da cidade. Bairros foram ampliados, terrenos valorizados e o padrão das construções foi elevado. No entanto, também surgiram desafios, como a desvalorização de áreas próximas a conjuntos habitacionais de baixo padrão.

O centro da cidade, por sua vez, enfrenta outro dilema: terrenos e prédios fechados, muitos deles travados por litígios de inventário.

Ao mesmo tempo, surgem debates sobre o tombamento da catedral como patrimônio público e as implicações disso para a verticalização urbana.

Uma eventual limitação na altura dos prédios pode impactar diretamente o valor de terrenos centrais e os planos de investidores, como explicou a arquiteta Márcia.

Relações construídas com ética, amizade e propósito

Durante todo o episódio, ficou evidente que o sucesso da Edriva não foi construído apenas com contratos, mas com vínculos.

Mariano e Heitor ressaltaram o quanto as amizades cultivadas ao longo dos anos são, para eles, o maior legado da empresa. Clientes que começaram negócios, casamentos, projetos de vida e confiaram à imobiliária o primeiro passo dessas histórias.

A fidelidade de clientes com décadas de relacionamento e a presença ativa dos fundadores na empresa mostram uma gestão pautada pela humanidade — algo cada vez mais raro no mundo corporativo.

Reconhecimento e gratidão aos que constroem a história juntos

Na reta final da conversa, Heitor fez questão de agradecer à equipe da Edriva, que hoje conta com profissionais como Joana, Faracos, Dani, a Yandra e a Maria. Segundo ele, o trabalho realizado ao lado dessas pessoas é um dos maiores motivos de orgulho e uma peça essencial na engrenagem que mantém a empresa viva, ética e competitiva mesmo após quase meio século.

Valores que atravessam o tempo

Encerrando o episódio, Mariano resumiu o legado da Edriva em uma palavra: ética. “Sempre olhei nos olhos dos meus clientes”, disse ele, deixando claro que a relação construída com Vacaria não foi feita apenas com imóveis, mas com respeito, transparência e propósito.

A conversa serviu como uma verdadeira aula sobre negócios, urbanismo, sociedade e, acima de tudo, sobre humanidade. A história da Edriva é a história de como a confiança, quando bem cultivada, pode construir não apenas prédios, mas cidades inteiras.

Comércio, Diário da Arquitetura e Construção, Imobiliárias, Indústria, Negócios e Valores

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