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Encanto nas alturas e lições no chão: acidente em SC gera desafios para o balonismo em Vacaria

Balonismo encanta e desafia: experiência única pede segurança rigorosa, como na aviação

O balonismo sempre exerceu fascínio sobre quem observa e mais ainda sobre quem se permite viver a experiência de voar. A magia de flutuar lentamente pelos céus, embalado pelo vento, proporciona uma das mais belas e singulares formas de contemplar paisagens, especialmente em regiões que se tornaram ícones dessa prática, como Praia Grande, em Santa Catarina, e Vacaria por meio do Festival Anual de Balonismo.

Por trás da beleza e da poesia de cada voo, há uma necessidade fundamental que não pode ser ignorada: segurança.

Assim como a aviação comercial e civil desenvolveu, ao longo de décadas, métodos rigorosos de investigação e prevenção de acidentes, o balonismo precisa trilhar o mesmo caminho.

Cada voo deve ser visto não apenas como uma experiência, mas também como uma operação aérea, com todos os cuidados, normas, fiscalizações e estudos que garantam a segurança de passageiros e tripulantes.

Aeronaves que exigem responsabilidades

Engana-se quem acredita que um balão de ar quente é apenas um passeio turístico. Na legislação brasileira, ele é considerado uma aeronave, e seu funcionamento está sujeito a regulamentações da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

O piloto precisa ser habilitado, as aeronaves devem estar registradas e vistoriadas, e as operações seguem regras específicas, como ocorre com aviões e helicópteros.

O balonismo, contudo, por sua característica de voo visual, depende diretamente das condições climáticas, da preparação técnica dos operadores e da manutenção rigorosa dos equipamentos. E, apesar de oferecer uma das experiências mais belas do turismo aéreo, ele não está isento de riscos.

A tragédia que acendeu o alerta no Brasil

O recente acidente ocorrido em Praia Grande, no extremo sul de Santa Catarina, acendeu um sinal de alerta sobre a necessidade de reforço nos protocolos de segurança do balonismo no país.

Na ocasião, um balão que levava 21 pessoas pegou fogo (no cesto) em pleno voo e em seguida veio a cair, deixando oito mortos (sendo 4 carbonizados e 4 por queda) e 13 feridos.

O episódio, registrado em uma das principais regiões turísticas de balonismo do Brasil, chocou o país e gerou debates urgentes sobre regulamentação, fiscalização e investigação desse tipo de ocorrência.

Testemunhas relataram que o fogo teria começado no cesto, supostamente em um maçarico, levando a uma tentativa desesperada de pouso. Parte dos passageiros conseguiu saltar quando o balão se aproximou do solo, mas, ao voltar a subir, a aeronave foi totalmente consumida pelas chamas, resultando nas fatalidades.

Este não foi um caso isolado. Dias antes, em Capela do Alto, no interior de São Paulo, uma mulher morreu e outros passageiros ficaram feridos em um acidente semelhante.

Lições que vêm da aviação

O setor de aviação comercial transformou tragédias em aprendizado. Hoje, cada incidente é meticulosamente analisado por órgãos como o CENIPA, no Brasil, ou o NTSB, nos Estados Unidos.

Esses estudos geram relatórios públicos, com recomendações técnicas, operacionais e até médicas para aprimorar procedimentos e treinar profissionais.

A experiência sublime que pede responsabilidade

Viver um voo de balão é algo que transcende o turismo comum. Aqui em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, o balonismo mesmo que com somente uma ação anual, se transformou em atração cultural e econômica. O município, que realiza desde 2022 o seu Festival de Balonismo, reúne milhares de pessoas a cada edição, promovendo não apenas voos, mas também shows, atividades culturais e um espetáculo visual que encanta moradores e visitantes.

O festival é exemplo de como a prática pode ser segura e bem organizada, com pilotos certificados, aeronaves vistoriadas e acompanhamento de autoridades. Ainda assim, o crescimento da atividade impõe desafios: é preciso garantir que todas as empresas que oferecem voos mantenham padrões internacionais de segurança.

Segurança e encantamento podem voar juntos

O balonismo não precisa ser visto como uma atividade arriscada, (agora diante dessa tragédia esse é um verdadeiro desafios para os balonistas) mas como uma operação que, quando realizada com seriedade, planejamento e responsabilidade, proporciona uma das experiências mais belas do mundo.

Assim como entrar em um avião comercial pressupõe confiança em toda a cadeia de segurança, entrar em um cesto de balão deve transmitir a mesma tranquilidade.

O futuro do balonismo no Brasil

A tragédia de Praia Grande não pode ser esquecida como um evento isolado. Ela precisa ser tratada como um marco para a transformação do setor, assim como inúmeros acidentes aéreos foram catalisadores para que a aviação chegasse ao altíssimo nível de segurança que ostenta hoje.

Cidades como Vacaria precisam agora se engajar e demonstrar que é possível combinar o fascínio dos voos, o impulso econômico que o balonismo traz, e uma cultura de segurança robusta tão logo os envolvidos com a modalidade prestem todos os esclarecimentos e os protocolos para aumentar a segurança e evitar acidentes fatais.

O caminho está aberto para que o balonismo brasileiro amadureça, aprendendo com seus desafios, estruturando seus processos e proporcionando aos passageiros não só a beleza do céu, mas a certeza de um retorno seguro ao chão.

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