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Em meio a briga no Zézinho, diretor se torna uma referência de lider para pais e alunos em Vacaria

O episódio de violência ocorrido na Escola Estadual José Fernandes de Oliveira, O Zézinho, em Vacaria, teve como ponto decisivo a atuação do diretor Félix Bernardi (na foto sendo premiado), que interveio rapidamente e evitou um desfecho mais grave. Mais do que tentar conter um conflito, sua ação evidenciou o envolvimento diário de educadores com a segurança, o bem-estar e o desenvolvimento de seus alunos.

A briga envolveu três estudantes e teve a participação do diretor da Escola Estadual Professor José Fernandes de Oliveira, em Vacaria, nesta quarta-feira, 09 de abril de 2025, poderia ter terminado em tragédia. Mas não terminou.

Problemas sempre existirão. Mas se a cada falha formos capazes apenas de enxergar ruínas, jamais veremos os pilares que sustentam a nossa própria esperança.

A escolha está em como olhamos para o que acontece. Ou damos valor ao que já foi conquistado, ou deixamos que cada obstáculo apague as vitórias. O episódio expõe uma ferida, sim — mas revela, por ser isolado, também o quanto temos resistido, evoluído, construído juntos.

Se disseram algum dia que a esperança é a última morre, é hora de acreditar que essa fala está errada, e que ela definitamente nunca vai morrer.

A violência que nos desperta, mas não nos define

A ocorrência foi rápida e preocupante. Dois jovens se desentenderam com um terceiro na frente da escola. Um canivete foi usado. Ferimentos no tórax e cotovelo assustaram a comunidade escolar. O diretor Félix, presente no momento do confronto, interveio para impedir o agravamento da situação. Caiu, machucou-se levemente, mas conseguiu conter a agressão.

A Polícia Civil investiga os motivos do conflito, como deve ser. Mas os fatos imediatos, por mais graves que sejam, não podem eclipsar a pergunta mais profunda: como chegamos até aqui e por que, apesar disso, seguimos firmes? A resposta está na dedicação diária de profissionais que não apenas ensinam, mas acolhem, protegem e transformam.

Quando a escola é mais do que um prédio: é abrigo e construção de futuro

A educação nunca teve tantos olhos voltados para ela. Nunca reconhecemos tanto a injustiça histórica com os professores, a precariedade de condições, a carência de apoio. E ainda assim, nunca foi tão clara a importância do papel de cada educador. Eles têm consciência de que sua missão se estende muito além da lousa. Formam cidadãos. E por isso, mesmo com tantos desafios, não desistem.

Diretor Félix, ao se lançar entre os jovens e se envolver na briga, fez o que tantos fazem silenciosamente: colocou a vida a serviço da educação. Seu gesto deve ser um símbolo. E símbolos são potentes. Mostram que a escola ainda é um lugar de coragem, compromisso e cuidado.

A atuação do diretor Félix reflete também o compromisso de uma rede que vai além dos muros da escola. Em Vacaria, o Núcleo de Cuidado e Bem-Estar Escolar atua de forma integrada e é dirigido pela pela Coordenadora da 23ª Coordenadoria Regional de Educação, Gilvana de Fátima Rissardi Baldin, que é conectada a Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul.

Vacaria tem problemas, sim. Mas tem, sobretudo, histórias que valem ser contadas

Não é novidade que as escolas enfrentam dificuldades. Conflitos, insegurança, vulnerabilidade social — tudo isso atravessa os muros das instituições. Mas há algo que também atravessa: a vontade de fazer diferente. Vacaria é prova disso.

O programa “Lapidando Cidadãos” é exemplo nacional de ação transformadora. Na contramão da desesperança, forma jovens conscientes, protagonistas de seu futuro.

A “Polícia Civil Mirim” insere adolescentes em experiências educativas e cidadãs.

O “Bombeiro Mirim” ensina respeito, disciplina e empatia desde cedo.

A Brigada Militar, com seu Proerd, há décadas caminha lado a lado com escolas, ensinando resistência às drogas e à violência. É o policial dentro da sala de aula, não como repressão, mas como inspiração.

A Guarda Municipal, embora ainda sem programa próprio para jovens, tem presença crescente nas ruas e nas escolas — e, segundo o secretário de segurança, Tenente-Coronel Paim, um projeto nessa área está por vir.

Somos o que decidimos preservar

Em tempos de tanta instabilidade, é tentador olhar para cada problema como uma falência do todo. Mas isso seria injusto. A briga na escola não é o retrato completo da educação de Vacaria — é um pedaço, duro e real, mas que não apaga os avanços. A cidade tem uma rede de profissionais, projetos e ações que merecem ser lembradas com o mesmo vigor com que noticiamos as tragédias.

Focar apenas no que falhou é apagar o que já foi conquistado. Não podemos permitir que um episódio nos faça esquecer os anos de construção de vínculos, de investimentos comunitários, de valorização da infância e da juventude.

A esperança precisa de espaço para existir

Enquanto discutimos segurança nas escolas, precisamos lembrar que segurança não é só ausência de violência. É presença de cuidado. É a criança que aprende o valor do respeito no projeto social. É o adolescente que encontra no professor alguém que o escuta. É o diretor que se coloca em risco por acreditar que vale a pena intervir.

A escola é o reflexo do mundo, sim. Mas também é o espaço onde podemos começar a mudá-lo. Se olharmos apenas para os conflitos, perderemos de vista as mãos estendidas, os abraços dados, as histórias transformadas. O problema é grave. Mas a resposta já está em curso — e somos nós quem a construímos, dia após dia.

Caminhos possíveis, desde que não desistamos deles

Não estamos aqui ignorando a dificuldade, mas falando sobre não permitir que ela nos paralise. Que as feridas nos ensinem, mas que nunca nos impeçam de caminhar. Que a indignação se transforme em ação. Que a escola continue sendo lugar de encontro, de crescimento, de reconstrução.

O que estamos vivendo em Vacaria é um reflexo de muitos lugares no Brasil. Mas também é um ponto de virada possível. Há profissionais prontos, há projetos vivos, há vontade de mudança. Que essa escolha — a de acreditar no que foi construído — seja mais forte que qualquer tentativa de terra arrasada.

A educação não começa nem termina com um episódio de violência. Ela é tecida dia a dia, com paciência, coragem e fé no que ainda virá.

Obrigado Diretor Félix.

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