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Da Graxa ao Scanner: A Revolução na Mecânica Automotiva vivida pelo Kilo em Vacaria

Vacaria e suas raízes mecânicas

Em mais um Acelera Diário, o episódio de número 20, trouxe um convidado que, para muitos vacarienses, dispensa apresentações. João Carlos Monteiro Rodrigues, mais conhecido como “Kilo”, é um verdadeiro ícone da mecânica local.

Da Graxa ao Scanner: A Revolução na Mecânica Automotiva vivida pelo Kilo em Vacaria

Com uma trajetória que acompanha a própria evolução da indústria automobilística nas últimas décadas, ele compartilhou memórias, aprendizados e visões sobre o presente e o futuro da profissão.

O início de tudo: da vassoura ao martelo

A história de Kilo começa de forma simples, ajudando na oficina de um amigo da família — ninguém menos que Vitão, também já entrevistado no Acelera Diário.

Inicialmente encarregado de lavar peças e varrer o chão, Kilo rapidamente se encantou com aquele mundo de flanges, parafusos e juntas feitas manualmente.

Como ele mesmo relata, a curiosidade foi o combustível que o fez mergulhar na complexidade dos motores, desde o carburador até os sistemas mais sofisticados da atualidade.

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O aprendizado pela prática e a valorização do erro

Durante o bate-papo com os apresentadores Lucas e Digão, uma constante foi evidenciada: o papel do erro no aprendizado técnico. Para Kilo, a evolução dentro da profissão passa por mostrar interesse, tentar, errar, corrigir e seguir. A oficina se transforma em sala de aula e o motor, em livro didático.

Ele relembra com carinho dos tempos em que desmontava carburadores e criava juntas manualmente com martelinho. Tudo feito de forma artesanal e com atenção aos detalhes, prática que o ajudou a desenvolver uma base sólida de conhecimento.

Da Vavel à Fiat: a entrada no mundo das concessionárias

A transição para o mundo das concessionárias aconteceu por meio do próprio Vitão, que só aceitou voltar à nova agência que estava nascendo — a Vavel Veículos — com a condição de levar o jovem João consigo. Essa mudança marcou um divisor de águas na carreira de Kilo.

Na Vavel, ele entrou em contato com veículos zero quilômetro, com padrões, normas e metodologias exigentes, típicas de uma concessionária. Desde a medição de tempo para troca de pastilhas até o processo de registro das garantias, cada ação era metrificada.

Esse novo ambiente profissional exigia atenção, responsabilidade e acima de tudo, constante capacitação. Era o início de uma fase intensa de treinamentos técnicos, dos quais Kilo participou com dedicação e entusiasmo.

A evolução da mecânica: do carburador ao controle de tração

Um dos pontos altos da entrevista foi a abordagem sobre a transformação da mecânica automotiva. Kilo acompanhou a transição do carburador para os sistemas de injeção eletrônica e hoje vê de perto a chegada dos veículos híbridos e elétricos.

Ele explica que o motor ainda tem os mesmos princípios, mas que os materiais, os sensores e os softwares embarcados mudaram completamente a abordagem.

Hoje, o mecânico precisa ter noções de eletrônica, software, rede de comunicação entre centrais e até mesmo conhecimento em TI, já que muitos problemas exigem leitura e interpretação de códigos via scanner.

Histórias que viraram lições

Entre tantos casos e experiências relatadas, um dos momentos mais curiosos foi a lembrança de um veículo que apresentava falhas apenas quando o dono comprava sorvete de baunilha.

A história real, que virou estudo de caso na administração da General Motors, mostra como pequenas variáveis do cotidiano podem interferir no funcionamento de um carro, destacando a importância de investigar além do óbvio.

Outras situações lembradas incluem um Uno que apagava ao descer a Serra das Antas e, após muito estudo, descobriu-se que o problema era uma simples vela de ignição incorreta. São histórias que, mais do que entreter, ilustram a importância da atenção aos detalhes e da formação técnica contínua.

A importância do treinamento e da padronização

Durante sua trajetória, Kilo passou por diversas formações oferecidas pelas montadoras. Ele foi até Betim, Goiânia e diversas vezes a Porto Alegre, em treinamentos exigentes para técnicos especialistas.

Segundo ele, todo o conhecimento absorvido nas fábricas permitiu trazer o mesmo nível de excelência para o interior do Rio Grande do Sul. O objetivo, como ele bem define, é manter a mesma qualidade de atendimento e manutenção encontrada na linha de montagem, mesmo a 4.000 km de distância.

O mecânico do futuro é um técnico em sistemas

Kilo reconhece que o perfil do profissional da mecânica mudou radicalmente. Hoje, o “mecânico raiz” deu espaço a um técnico com conhecimentos em elétrica, eletrônica e até mesmo programação.

Segundo ele, a geração que está chegando precisa ter paciência e curiosidade. O acesso à informação é muito mais fácil hoje do que antigamente, o que exige do novo profissional mais atitude e menos desculpas. “Com o Google, com os softwares, com as plataformas técnicas, tudo está na mão. Mas é preciso querer aprender”, destaca.

A manutenção preventiva salva vidas e evita prejuízos

Outro ponto importante da conversa foi a ênfase na manutenção preventiva. Kilo faz questão de alertar: muitos problemas graves poderiam ser evitados com simples atitudes, como calibrar os pneus corretamente, trocar o óleo na data certa, verificar o nível dos líquidos e manter as palhetas em bom estado.

Segundo ele, detalhes como um step vazio ou uma lâmpada queimada podem se tornar grandes dores de cabeça quando se está longe de casa ou em uma situação de emergência.

Curso de mecânica básica para mulheres: conhecimento que liberta

Encerrando o episódio com chave de ouro, Kilo anunciou uma iniciativa inédita em Vacaria: um curso de mecânica básica voltado exclusivamente para mulheres. A ideia é capacitá-las a identificar os principais componentes do veículo, como checar níveis de óleo, fluido de freio e direção hidráulica, aprender a trocar um pneu e entender os itens obrigatórios de segurança.

A proposta, segundo ele, surgiu em parceria com um representante comercial e tem o objetivo de empoderar o público feminino, que há muito tempo já domina o volante, mas muitas vezes ainda depende de terceiros para lidar com imprevistos mecânicos.

Kilo Auto Center: nova casa, mesma excelência

Hoje, após décadas dedicadas à mecânica e às concessionárias, Kilo comanda a própria empresa: a Kilo Auto Center. Em sede própria, o espaço oferece serviços especializados com o mesmo padrão de qualidade que sempre o acompanhou.

Além dos atendimentos técnicos, a empresa busca se posicionar também como centro de conhecimento e capacitação, com projetos como o curso para mulheres e outras formações planejadas para o futuro.

A profissão que pulsa como vocação

Ao final da entrevista, quando questionado sobre o que diria aos jovens que pensam em seguir a profissão, Kilo não hesita: “Tem que gostar, tem que ter paciência, tem que querer aprender”.

Ele reforça que, apesar de todos os avanços tecnológicos, o coração da mecânica ainda bate no interesse, na dedicação e na vontade de fazer a coisa certa.

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