Corpo de jovem desaparecido é localizado no Rio Capivaras. Vítima estava 2 km da ponte

O Corpo de Bombeiros Militar, por meio do Pelotão de Vacaria, localizou o corpo de Augusto Mikael Rauber da Silva, de 21 anos, desaparecido desde a noite de sexta-feira, 7 de novembro.

O jovem realizava um deslocamento de carro entre os municípios de Jaquirana e Criciúma, quando teve seu último contato registrado por volta das 20h10, ao passar por São José dos Ausentes, na região nordeste do Rio Grande do Sul.

Desde então, não houve mais notícias sobre o paradeiro do jovem. Neste domingo, dia 9 de novembro, equipes de resgate localizaram a caminhonete que ele dirigia, uma Ford Ranger, submersa em um trecho do Rio Capivaras, na Localidade da Várzea, cerca de 700 metros da ponte que cruza a área rural de São José dos Ausentes.

A descoberta do veículo marcou um avanço importante nas buscas. Augusto foi localizado por volta das 16:00 sem vida.

Equipes atuam por terra, água e ar com apoio de moradores

As buscas foram coordenadas pelos Bombeiros Militares de Vacaria e contaram com o reforço de voluntários da cidade de Jaquirana e de moradores da região, que conhecem o terreno. As operações foram realizadas por meio terrestre, aquático e aéreo, com o uso de drones para sobrevoo e mapeamento das áreas de mata fechada e do curso do rio.

A localização da caminhonete em uma área de difícil acesso e com vegetação densa aumentou a complexidade da operação.

• Pontes em regiões rurais do interior, como a localidade da Várzea, frequentemente apresentam estrutura precária, com pouca ou nenhuma sinalização, ausência de proteções laterais, e nível muito baixo em relação ao leito dos rios.
• Essas características tornam essas travessias extremamente vulneráveis em dias de chuva intensa, já que a água pode facilmente transbordar e passar por cima da pista em poucos minutos, aumentando significativamente o risco de acidentes, principalmente à noite ou sob baixa visibilidade.

Condições climáticas extremas marcaram a noite do desaparecimento

No momento em que Augusto desapareceu, o Rio Grande do Sul era atingido por um forte ciclone extratropical. A Defesa Civil havia emitido um alerta para temporais severos justamente nas regiões por onde o jovem trafegava.

O boletim, divulgado na sexta-feira (7), previa tempestades com ventos superiores a 100 km/h, chuva intensa, granizo e risco de tornados no Norte e Nordeste do estado — abrangendo áreas como Jaquirana e São José dos Ausentes.

Os acumulados de chuva estimados para aquela sexta-feira variavam entre 60 e 100 mm em poucas horas, podendo ultrapassar os 150 mm em pontos isolados. A tempestade também afetou a visibilidade nas estradas e provocou queda de árvores, alagamentos e deslizamentos em algumas regiões.

Essa condição adversa aumenta a possibilidade de que Augusto tenha perdido o controle do veículo durante a travessia por uma estrada rural e caído no rio. A estrada próxima à Localidade da Várzea é considerada perigosa em dias de chuva forte, com pouca sinalização.

Veículo pode ter sido arrastado pela força da água após saída da estrada

A localização da caminhonete Ford Ranger sugere que o veículo pode ter sido arrastado pela correnteza, ou que tenha saído da estrada após um possível deslizamento ou perda de controle. No ponto onde o carro foi encontrado, o rio apresenta correnteza significativa, especialmente após chuvas intensas.

Os bombeiros informaram que o interior do veículo foi verificado, mas não havia sinal do motorista. Augusto foi localizado aproximadamente 2 quilometros abaixo da ponte, nas imediações do rio.

Drone com sensor térmico e mergulhadores especializados atuam nas buscas

Com o avanço das buscas, drones equipados com sensores térmicos foram utilizados para detectar qualquer sinal de calor humano em áreas de difícil visualização. As equipes contaram com mergulhadores e embarcações leves que fizeram a varredura do curso do rio.

A estratégia foi dividida em setores para que todas as áreas próximas à última localização do veículo sejam analisadas com precisão. O trabalho segue durante todo o dia, aproveitando a melhoria no clima proporcionada por uma área de alta pressão que estabilizou o tempo neste domingo.

Alerta meteorológico ajuda a contextualizar cenário de risco na noite do desaparecimento

De acordo com o boletim da Defesa Civil, na madrugada e manhã de sábado (8), ainda havia ocorrência de chuvas fortes, principalmente no Litoral Norte e na Região Metropolitana de Porto Alegre. Rajadas de vento entre 50 e 85 km/h ainda eram registradas, com possibilidade de chegar a 100 km/h em áreas próximas à Costa Doce e ao Nordeste gaúcho.

Apenas neste domingo, dia 9, o tempo começou a apresentar melhora significativa, com a entrada de uma área de alta pressão que trouxe estabilidade, sol e diminuição da nebulosidade em todo o estado. As condições favoráveis agora permitem ampliar as buscas com mais segurança e agilidade.

Histórico de Acidentes e Andamento das Buscas

A estrada que leva até a Localidade da Várzea, onde a Ford Ranger foi localizada, já foi cenário de outros incidentes em anos anteriores. A combinação de chuva intensa e ausência de infraestrutura de segurança viária torna o trecho propenso a acidentes em dias de tempestade.

O Corpo de Bombeiros manteve o trabalho ininterrupto na tentativa de localizar Augusto Mikael Rauber da Silva.

Trabalho conjunto entre bombeiros e voluntários

A operação foi marcada por um grande esforço coletivo. Além dos bombeiros militares de Vacaria, a ação conta com o apoio de voluntários de Jaquirana e moradores experientes da zona rural de São José dos Ausentes, que conhecem trilhas, atalhos e comportamentos do rio em diferentes condições climáticas.

Essa parceria foi essencial para manter a logística das buscas e garantir que áreas mais remotas fossem alcançadas com rapidez. A colaboração entre as equipes tem permitido uma cobertura ampla da região, mesmo diante dos obstáculos naturais e da complexidade do terreno.