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A Conta Fecha: Está Sobrando Cocaína

Nunca antes a cocaína esteve tão disponível. Dados recentes da ONU – Relatório Mundial sobre Drogas da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2024 – mostram que estamos vivendo uma era sem precedentes de produção e consumo de cocaína.

Mas o que está por trás desse cenário? Vamos explorar os motivos, os impactos e as consequências desse mercado em expansão.

O Crescimento Explosivo da Produção

A América do Sul lidera a produção global, com Colômbia, Bolívia e Peru respondendo por quase 100% da cocaína do mundo. Avanços tecnológicos, como o uso de variedades de coca mais resistentes e produtivas, impulsionaram o aumento.

Entre 2021 e 2022, a área cultivada cresceu 12%, chegando a 355 mil hectares. Na Colômbia, mudanças nas políticas de combate às plantações ilegais, como a suspensão da fumigação aérea, contribuíram para a ampliação da produção.

Hoje, cada arbusto de coca rende mais – e até o dobro de colheitas anuais.

Em 2022, foram produzidas 2.757 toneladas de cocaína pura, um salto de 20% em relação ao ano anterior. Essa abundância de oferta é refletida no mercado global: mais droga, mais pureza, preços estáveis.

A Explosão do Consumo

Apesar de os preços se manterem estáveis, a pureza da droga nunca foi tão alta. Isso significa que, pelo mesmo valor, os consumidores estão adquirindo uma cocaína mais potente.

Na Europa, o segundo maior mercado consumidor, a pureza aumentou 45% na última década, enquanto o consumo subiu vertiginosamente. Só em 2022, quase 4 milhões de europeus usaram a droga.

Especialistas apontam para uma “prontidão dos mercados”. Países com classes médias emergentes, como China e Índia, estão vendo um aumento no consumo. Na Europa, a cocaína ainda carrega a imagem de uma “droga da elite”, o que incentiva seu uso em festas e eventos sociais.

O Brasil no Epicentro do Trânsito e Consumo

O Brasil é uma peça-chave no mercado global de cocaína, tanto como rota de trânsito quanto como consumidor. Portos estratégicos como o de Santos são usados para escoar a droga para a Europa, muitas vezes via África.

Internamente, as apreensões refletem o papel do país nesse mercado. Entre 2013 e 2023, a Polícia Federal apreendeu 730 toneladas de cocaína, representando um aumento de 73,7% nas apreensões.

A Polícia Militar Rodoviária de São Paulo apreendeu mais de 3,2 toneladas de cocaína em meio à carga de ração de gado, no último dia (4), no município de Assis, interior do estado.

Com o prejuízo causado ao crime organizado de aproximadamente R$ 100 milhões, esta foi a maior apreensão da droga já registrada da história de SP. 

Apesar das apreensões recordes, o mercado interno segue crescendo. O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de cocaína do mundo e lidera no consumo de crack.

O aumento da circulação da droga no país alimenta o consumo local, muitas vezes como forma de pagamento pelo tráfico.

As Apreensões: Uma Arma Insuficiente

Nos últimos anos, as apreensões de cocaína cresceram a uma taxa superior à expansão do mercado, mas ainda assim a disponibilidade da droga aumentou.

A droga geralmente chega ao Brasil para ser escoada para outros continentes, mas parte significativa permanece no mercado interno. O papel estratégico do país como rota de trânsito e a elevada oferta nos países vizinhos tornam o controle um desafio contínuo.

Mesmo em países europeus, onde a logística é mais sofisticada, apreensões recordes não frearam o aumento do consumo. As 11 toneladas de cocaína confiscadas na Espanha em 2023 são apenas um exemplo do volume de droga que continua a ser traficado para o continente.

Os Impactos da Cocaína: Violência e Saúde Pública

O aumento da oferta não impacta apenas o consumo, mas também a segurança. Países como Equador e Caribe enfrentam crises de violência diretamente relacionadas ao tráfico.

Na Europa, o crescimento do consumo de crack cria cenários alarmantes, com o surgimento de “cracolândias” em grandes cidades.

Com mais consumidores, os sistemas de saúde enfrentam desafios sem precedentes. No Brasil, por exemplo, mortes relacionadas ao uso de cocaína cresceram mais de 600% entre 2000 e 2022.

O Futuro do Mercado de Drogas

Enquanto a cocaína domina, outras drogas, como a heroína, enfrentam declínio. No entanto, especialistas alertam: a combinação de maior oferta, pureza e consumo pode criar uma crise global sem precedentes, exigindo políticas coordenadas e ações rápidas.

A era da cocaína desafia governos, impacta vidas e expõe vulnerabilidades sociais. Mais do que nunca, é essencial entender o fenômeno para encontrar caminhos eficazes de enfrentamento.

A pergunta é: como reagiremos a esse cenário?

Área da Segurança

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