Aegea Corsan de novo deixa muitas regiões de Vacaria sem água por muitas horas
Vacaria viveu um final de semana complicado com a interrupção no abastecimento de água causada por quatro vazamentos significativos na rede.
Os rompimentos ocorreram em pontos estratégicos do município, afetando uma ampla área e comprometendo o fornecimento por horas, desde a madrugada de sábado até a resolução gradual que chegou no início da noite de domingo.
Os locais atingidos foram:
- Jardim América, próximo ao Posto São Pedro;
- Rua Duque de Caxias, perto da elevada da Ramiro Barcelos;
- Avenida Militar, esquina com a Marechal Floriano;
- Avenida Militar, esquina com a Rua Júlio de Castilhos.
A interrupção afetou tanto residências quanto estabelecimentos comerciais. Mesmo casas com caixas d’água sofreram com o impacto, pois o tempo prolongado de falta de abastecimento ultrapassou a capacidade de reserva desses sistemas.
Resolução lenta e impactos para a comunidade
Com a demora no reparo dos vazamentos, os transtornos se agravaram. Famílias relataram dificuldades para realizar tarefas básicas, como cozinhar, tomar banho e manter a higiene em dia.
“Ficar sem água por tanto tempo desestabiliza a rotina. Precisamos de uma solução mais rápida quando esse tipo de problema acontece”, comentou um morador do bairro Jardim América.
Muitas mães com crianças pequenas relataram ao Diário de Vacaria os desafios de manter o mínimo necessário de higiene e alimentação.
Corsan Aegea: problemas além da infraestrutura
A Corsan Aegea, responsável pelo sistema de abastecimento de água do município, mobilizou equipes para resolver os rompimentos, mas a situação levantou questionamentos sobre a qualidade da gestão.
Embora os reparos tenham sido realizados, a percepção de lentidão no processo e a falta de um plano de contingência público eficiente geraram críticas.
O aspecto da comunicação também chamou atenção.
Embora a Corsan Aegea centralize as informações sobre os reparos no grupos de imprensa e nos canais oficiais, a informação é superficial e incompleta, não transmite para quem está com falta dágua a dimensão do esforço das equipes dedicadas de Vacaria tentando resolver o problema.
Ou seja: falta transmitir de forma clara e direta os prazos e o andamento das ações para os moradores.
Essa desconexão que não existia nos tempos da Corsan aumenta a cada problema a frustração da comunidade, que muitas vezes não sabe o que esperar diante de horas sem água e que relata: o aplicativo dá uma previsão e depois aumenta. Ou seja, falta credibilidade, transparência.
Privatização em debate
O episódio reacendeu discussões sobre o modelo de privatização do serviço. A Corsan Aegea, que assumiu a gestão com a promessa de maior eficiência, ainda enfrenta dificuldades em momentos críticos como este.
A comunidade tem questionado se a privatização trouxe os avanços esperados ou apenas repassou os custos aos consumidores sem uma contrapartida em melhorias significativas.
“Quando privatizam, a expectativa é que o serviço seja mais eficiente. Mas, neste caso, não vemos agilidade e ainda enfrentamos falhas graves na infraestrutura. É difícil não questionar se esse é o melhor modelo”, comentou uma moradora do Bairro Monte Claro
O que pode ser melhorado?
Para evitar que situações como essa se repitam, especialistas apontam a necessidade de:
- Manutenção preventiva: Identificar e corrigir pontos vulneráveis da rede para evitar rompimentos.
- Planos de contingência: Criar estratégias e tornar elas eficientes e públicas para garantir o abastecimento em situações emergenciais, reduzindo o impacto para a população.
- Transparência e agilidade na comunicação: Informar de forma clara e constante o andamento das ações e os prazos de solução.
A comunidade de Vacaria merece um serviço confiável, ágil e eficiente.