Programa Monitora Ferrugem instala 74 coletores de esporos no estado
O Programa Monitora Ferrugem RS deu início às suas atividades para a safra 2024-2025 na última semana. Com a instalação de 74 coletores em lavouras de soja em todo o estado, o programa visa prevenir e controlar a ferrugem asiática, principal doença que afeta o cultivo no Brasil.
Segundo o engenheiro agrônomo, extensionista rural da Emater/RS-Ascar e coordenador de Defesa Sanitária Vegetal, Elder dal Prá, a ferrugem asiática pode ocasionar perdas na produtividade de 10 a 90%, especialmente em anos com condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. “É importante que os agricultores adotem práticas de manejo corretas e participem de programas como esse, que fornecem as informações necessárias para a correta aplicação de produtos fitossanitários”, afirma Elder.
O Monitora Ferrugem RS disponibiliza semanalmente informações sobre a ocorrência de esporos do fungo causador da ferrugem asiática, permitindo que os agricultores acessem dados atualizados sobre as áreas com maior risco de infecção. No site do programa, é possível identificar, com base em dados da semana anterior, os locais mais propensos à doença. Além disso, um mapa de risco, atualizado diariamente, oferece informações sobre as condições climáticas que favorecem a incidência da doença.
Neste quinto ano de atuação, o programa conta com a colaboração de diversas instituições, incluindo parceiros da iniciativa privada, universidades e centros de pesquisa. “Os benefícios são significativos para os agricultores, que podem escolher o produto e o momento certo para a aplicação, reduzindo custos e aumentando a eficiência do controle da ferrugem. Como resultado, os agricultores podem esperar maiores produtividades e uma melhor renda em suas propriedades”, destaca Elder.
O Monitora Ferrugem RS é um programa que abrange várias instituições, sendo coordenado pela Emater/RS-Ascar e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). “É importante ressaltar que é um trabalho feito a várias mãos. Nós temos o apoio da UFSM, Ufrgs, Unipampa, institutos federais e até algumas cooperativas também participam desse programa”, destaca a doutora em fitopalogia da Seapi, Andreia Mara Rotta de Oliveira.
A partir desta safra, o Laboratório de Fitopatologia do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi (DDPA/Seapi) e a Emater/RS-Ascar farão as análises das coletas, junto com as demais instituições integrantes do Monitora Ferrugem.
O programa é uma ferramenta para garantir a sustentabilidade e a rentabilidade das lavouras de soja no Rio Grande do Sul, contribuindo para o fortalecimento da agricultura no estado.
Manejo da doença
O manejo da ferrugem asiática da soja deve incluir estratégias como a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada; redução da janela de semeadura, escolha de cultivares com genes de resistência, adoção do vazio sanitário, monitoramento da lavoura e da região desde o início do desenvolvimento da cultura e a utilização de fungicidas no aparecimento dos sintomas ou preventivamente. O controle químico não erradica a doença, uma vez que os fungicidas não têm 100% de eficácia e a aplicação não proporciona 100% de cobertura das plantas.
“O Monitora Ferrugem RS vem propiciando a qualificação necessária para o manejo da ferrugem asiática, aliando detecções precoces com apoio à tomada de decisão no controle, diminuindo assim as possibilidades de resistência ao fungo Phakopsora pachyrhizi e possibilitando menos perdas ao produtor”, finaliza o diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapi, Ricardo Augusto Felicetti.
Com informações de Taline Schneider e foto Emater/RS-Ascar