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Filhote, Adulto, Idoso e Geriátrico: O cuidado certo em cada fase da vida do seu pet

Especialista alerta para os cuidados na terceira idade dos animais e reforça a importância da prevenção desde filhotes

A saúde dos animais de estimação, especialmente na fase idosa, é uma preocupação crescente para tutores conscientes e atentos ao bem-estar de seus companheiros de quatro patas.

Esse foi o tema central de mais um episódio do Podcast Diário Pet, do Diário de Vacaria, que recebeu a médica veterinária Francyelle Andréia Barbieri como convidada especial, ao lado da anfitriã e também médica veterinária Dienifer Sutil, referência em atendimento clínico veterinário na região dos Campos de Cima da Serra.

Filhote, Adulto, Idoso e Geriátrico: O cuidado certo em cada fase da vida do seu pet.

Neste episódio, as especialistas abordaram com profundidade a medicina veterinária preventiva, uma abordagem que vai muito além do simples atendimento emergencial.

Eles explicaram que, assim como os humanos, os pets também precisam de checkups, diagnósticos precoces, nutrição adequada e acompanhamento contínuo para envelhecerem com saúde e qualidade de vida.

Veterinária especializada em geriatria destaca evolução no cuidado com pets idosos

Francyelle Andréia Barbieri é formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas e possui residência na Universidade Luterana do Brasil, além de uma especialização em geriatria de cães e gatos concluída em 2020.

Ela explicou que o aumento da expectativa de vida dos pets impulsionou o surgimento da geriatria veterinária, especialmente a partir de 2017 e 2018, quando a demanda por cuidados especializados se intensificou.

Com mais animais vivendo além dos dez anos, tornou-se essencial desenvolver estratégias e rotinas de cuidados específicos, já que os pets idosos, assim como os humanos, apresentam condições crônicas e necessitam de tratamentos prolongados e personalizados.

Esse episódio possui o apoio de @mwcomercialveterinaria – Acesse este perfil e escolha essa marca.

Prevenção é a chave: o cuidado começa ainda nos primeiros meses de vida

Segundo Dienifer Sutil, a prevenção deve começar cedo, logo nos primeiros meses de vida do animal. A partir dos dois ou três meses, já se deve estabelecer um calendário de vacinas, vermifugação e controle de parasitas. Esse cuidado inicial repercute diretamente na qualidade de vida do pet na velhice. A medicina preventiva, como enfatizado durante o episódio, não é um luxo, mas uma necessidade.

A especialista alertou que esperar sintomas aparecerem pode ser um erro grave. Muitas doenças em pets idosos são silenciosas, como problemas cardíacos, renais ou tumores abdominais. Por isso, exames de imagem, de sangue e avaliações cardíacas periódicas são fundamentais.

A orientação é que cães adultos façam checkups pelo menos uma vez ao ano, e quando entram na fase sênior, esse acompanhamento deve ser intensificado para a cada seis meses.

Classificação por tamanho e espécie: quando seu pet se torna idoso ou geriátrico

Francyelle detalhou a divisão etária que determina quando o animal passa a ser considerado sênior ou geriátrico. Essa classificação varia conforme o porte do animal:

  • Cães de pequeno porte (até 9kg): considerados seniores entre 9 e 11 anos, e geriátricos a partir dos 12 anos.
  • Cães de médio porte (9 a 22kg): seniores dos 7 aos 9 anos, geriátricos a partir dos 10.
  • Cães de grande porte (23 a 54kg): seniores entre 6 e 7 anos, geriátricos a partir dos 8.
  • Gatos: meia-idade dos 7 aos 10 anos, idosos entre 11 e 14, e geriátricos a partir dos 15.

A veterinária explicou ainda a diferença entre um animal idoso e um geriátrico: o primeiro é o pet com idade avançada, mas saudável. O segundo já apresenta algum tipo de patologia diagnosticada.

Artrites, artroses e mobilidade: o desafio das articulações

Um dos principais problemas enfrentados por cães e gatos idosos são as doenças osteoarticulares, como artrites e artroses. Elas afetam diretamente a mobilidade dos pets, exigindo tratamentos específicos como fisioterapia, uso de medicamentos analgésicos e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

Dienifer destacou que muitos tutores interpretam como “natural da idade” o fato de o pet ficar mais lento, dormir mais ou evitar subir em móveis. No entanto, esses podem ser sinais claros de dor crônica e devem ser avaliados por um profissional. “Velhice não significa dor. Animal idoso não deve sofrer calado”, reforçou.

Nutrição personalizada: pilar essencial da longevidade

A evolução na nutrição animal também contribui para o aumento da longevidade dos pets. Hoje, há rações específicas para cada fase da vida e condição de saúde, como rações renais, cardíacas, para problemas hepáticos ou de controle de peso. Também existem linhas terapêuticas indicadas para doenças específicas ou alergias alimentares.

Essa personalização na alimentação melhora a resposta imunológica dos pets e reduz os riscos de agravos, sendo especialmente útil em momentos de tratamento de doenças ou cirurgias.

Doenças emergentes e a importância da testagem preventiva

Além das doenças comuns da idade, o episódio trouxe alerta para condições emergentes, como a girofilariose, também conhecida como verme do coração. Essa doença é transmitida por mosquitos e tem maior incidência em regiões litorâneas, mas já começa a aparecer em áreas mais frias devido à mobilidade dos tutores com seus pets.

A prevenção pode ser feita com vacina anual, como a ProHart, produto apresentado no episódio com o apoio da empresa MW, distribuidora dos laboratórios Zoetis.

Outra doença mencionada foi a leishmaniose, também transmitida por mosquito. Apesar de sua incidência ainda ser baixa nos Campos de Cima da Serra, é uma enfermidade que preocupa, principalmente em áreas urbanas e quentes. A prevenção com uso de coleiras repelentes e vacinas é fundamental.

Cardiopatias, diabetes e saúde bucal: as doenças silenciosas

As doenças cardíacas, renais e endócrinas como diabetes também são recorrentes na velhice dos pets. Segundo Francyelle, o coração dos animais envelhece e pode desenvolver insuficiências. Com os avanços da medicina veterinária, hoje existem medicamentos específicos para tratamento, inclusive para controle da pressão arterial.

A saúde bucal, por sua vez, impacta diretamente na saúde geral do pet. A falta de cuidados odontológicos pode resultar na ingestão contínua de bactérias que se acumulam nos dentes e gengivas, atingindo órgãos como rins e coração. A recomendação é manter uma rotina de limpeza dental e avaliação veterinária periódica.

Cannabis medicinal e anticorpos monoclonais: as novidades no tratamento

Um dos destaques do episódio foi o uso de cannabis medicinal em animais, especialmente para tratamentos neurológicos ou de dor crônica. Essa abordagem, ainda em expansão, tem mostrado resultados positivos no alívio de sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pets mais velhos.

Outra inovação são os anticorpos monoclonais, aplicados para o controle da dor articular, que agem diretamente nas áreas afetadas sem sobrecarregar o organismo com medicamentos de uso contínuo.

Oncologia veterinária: a importância do diagnóstico precoce

Dienifer trouxe à tona a questão oncológica nos pets, especialmente os idosos. Tumores abdominais, de baço ou de mama podem passar despercebidos por muito tempo se não houver um exame de imagem de rotina. Ela lembrou que em muitos casos, um simples checkup feito antes de uma limpeza bucal revela nódulos ocultos que, se tratados precocemente, podem salvar vidas.

Tumores de pele e de mama são recorrentes em fêmeas idosas, e a detecção precoce é o diferencial no tratamento eficaz. O mês de outubro, inclusive, será dedicado à prevenção do câncer de mama em pets no projeto do Diário Pet.

O papel da família: adaptação e cuidado emocional com o pet idoso

O tutor é peça-chave no cuidado com o animal idoso. Além das responsabilidades clínicas, a adaptação do ambiente doméstico é fundamental: escadas, camas e sofás podem representar desafios para pets com dificuldades motoras. Ramps e outros ajustes são indicados.

A veterinária reforçou que o pet idoso depende 100% do tutor, seja para medicação, alimentação ou mobilidade. A observação de pequenas mudanças comportamentais, como falta de apetite, sono excessivo ou apatia, pode indicar algo mais grave.

Cirurgias são possíveis, mesmo na velhice, desde que bem avaliadas

Muitos tutores acreditam que um animal idoso não deve ser submetido a cirurgias. Francyelle desmistificou essa ideia: “Com exames pré-operatórios adequados e acompanhamento profissional, um pet sênior pode sim ser operado com segurança”. Isso vale tanto para remoção de tumores quanto para correções ortopédicas, como luxações ou fraturas.

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