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Defesa Civil mais perto de quem precisa: integração Estado–municípios–comunidade

Recebemos a presença do Major Souza, Coordenador Regional da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, em nosso estúdio para uma conversa, destacando não apenas a importância da pauta da Segurança Pública nos Campos de Cima da Serra, mas também o avanço da presença efetiva da Defesa Civil em regiões mais vulneráveis e distantes da estrutura central do estado.

Defesa Civil mais perto de quem precisa: integração Estado–municípios–comunidade

O governo estadual passou a investir fortemente em estrutura, capacitação e presença territorial. Com a elevação do número de militares na Coordenadoria Regional, de dois para seis profissionais, a região dos Campos de Cima da Serra e cidades vizinhas passaram a contar com uma atuação mais presente, técnica e permanente da Defesa Civil.

Crescimento das emergências climáticas e a resposta do Estado

O estado do Rio Grande do Sul vive um novo ciclo de desafios climáticos. Segundo o Major Souza, somente em 2025 já foram registrados 42 alertas hidrometeorológicos, refletindo a intensificação e recorrência de eventos extremos.

O cenário exige ações mais complexas e permanentes, e não apenas medidas emergenciais. Assim, a Defesa Civil estadual vem se reestruturando com o objetivo de antecipar os desastres, monitorar áreas de risco e preparar as comunidades de forma estratégica e contínua.

O papel da coordenadoria regional torna-se, portanto, essencial não apenas na resposta às ocorrências, mas na prevenção. O investimento em tecnologia, equipamentos, ampliação de equipes e fortalecimento dos canais de alerta são elementos centrais da nova abordagem.

Integração: a palavra-chave da nova Defesa Civil

Se antes a atuação da Defesa Civil era percebida somente durante os desastres, hoje sua presença se consolida como estratégica e permanente. A nova lógica é a da integração, com municípios, órgãos estaduais, forças de segurança e principalmente com a sociedade.

Essa aproximação tem gerado frutos, como os diagnósticos regionais que estão sendo realizados com foco em identificar áreas de risco, tipos de desastres mais recorrentes, estrutura urbana e rural, capacidades de resposta e lacunas nos planos de contingência.

É necessário entender as especificidades de cada cidade para construir um sistema eficiente e coerente com a realidade local.

Atuação técnica, presença constante e diagnóstico apurado

A metodologia adotada pela Defesa Civil é baseada em diagnóstico técnico. O primeiro passo é conhecer a realidade de cada município. A partir disso, são planejadas ações estruturantes para mitigação de riscos e aprimoramento da resposta.

Um exemplo dessa atuação são as visitas técnicas semanais realizadas pela equipe da coordenadoria estadual, que mapeia as áreas de risco, identifica estruturas, como hospitais, escolas, abrigos e postos de comando.

Esse trabalho de campo permite não apenas planejar, mas também integrar os gestores municipais ao sistema estadual, criando uma rede unificada de atuação e resposta. Municípios como Bom Jesus, Monte Alegre dos Campos e Esmeralda, que possuem estruturas mais limitadas, agora têm acesso a esse suporte técnico e prático, antes inexistente.

Mudança de cultura e a importância da comunicação

Um dos maiores desafios enfrentados pela Defesa Civil, segundo o Major Souza, é a transformação cultural necessária para que a população compreenda e responda adequadamente aos alertas.

O sistema de alerta meteorológico estadual é novo, o CODEC (Centro de Operações de Defesa Civil) foi criado em dezembro de 2024 e ainda está em fase de consolidação junto à sociedade.

Essa transformação passa pelo entendimento dos boletins, das cores dos alertas, do funcionamento das mensagens SMS, do Cell Broadcast (mensagens de emergência enviadas diretamente aos celulares) e do canal 40199, criado para cadastrar celulares e receber avisos automáticos.

Apesar da importância desses mecanismos, a realidade mostra que grande parte da população ainda desconhece seu funcionamento. Em uma capacitação recente em Cambará do Sul, apenas seis de 200 participantes conheciam esses mecanismos.

Capacitação comunitária: o elo que falta

A aproximação da comunidade é apontada como essencial. A Defesa Civil trabalha para que os moradores tenham acesso não só aos alertas, mas também aos planos de contingência municipais.

Saber onde fica um abrigo, como agir em situação de emergência e entender o funcionamento da resposta ao desastre pode salvar vidas.

Para isso, ações educativas nas escolas, reuniões comunitárias e parcerias com a imprensa são fundamentais. A informação precisa chegar aos moradores, especialmente os mais isolados.

Simulados, planejamento e atuação antes do desastre

Outro avanço destacado foi a realização de simulados de desastres, incluindo os realizados em áreas de barragens, estruturas de risco altíssimo em caso de colapso climático. Até o momento, três simulados foram feitos em 2025 e o próximo está agendado para 30 de setembro, na Usina de Monte Claro, em Veranópolis.

Essas simulações têm como objetivo testar vulnerabilidades, tempo de resposta, integração entre os órgãos e garantir que, em caso real, o plano funcione. São exercícios de mesa, com a presença de gestores, Ministério Público, Defesa Civil, empresas operadoras e forças de segurança.

Seminário Regional: um marco da integração

Como resultado prático dessa nova fase da Defesa Civil no Rio Grande do Sul, será realizado em Vacaria, no dia 8 de outubro, o Seminário Regional de Proteção e Defesa Civil.

O evento reunirá prefeitos, coordenadores municipais, brigada militar, polícia civil, bombeiros, guarda municipal e representantes da sociedade civil.

A programação inclui palestras com o coordenador estadual, Coronel Boeira, o Subchefe Coronel Dias, além da meteorologista Cátia Valente, que apresentará as atualizações climáticas e sistemas de previsão, e o Tenente-Coronel Frank, que tratará de planos de contingência. Também haverá espaço para debate sobre convênios e parcerias entre estado e municípios.

O evento será realizado na Casa do Povo e é aberto ao público, reforçando a proposta de integração e capacitação comunitária.

Como a população pode ajudar?

O Major Souza foi enfático: a população tem papel central no funcionamento da Defesa Civil. Não se trata apenas de esperar pela resposta, mas de ser parte ativa da prevenção e da segurança coletiva. Para isso, é necessário:

  • Cadastrar o celular para receber alertas SMS pelo número 40199.
  • Entender o que significam os alertas e como agir.
  • Conhecer os planos de contingência do seu município.
  • Saber onde estão os abrigos, postos de comando e rotas de evacuação.
  • Participar de capacitações, mesmo que online, e se familiarizar com os protocolos de emergência.

Confira o passo a passo de como se cadastrar através do SMS:

1) Você deve abrir no seu celular o aplicativo “SMS”.
2) No destinatário, digite o número 40199
3) No corpo da mensagem, digite o CEP do seu endereço. Podendo ser de casa ou do seu trabalho.
4) Você pode cadastrar quantos CEPs você quiser.
5) Pronto! Você já está cadastrado e o serviço é gratuito.

Uma pauta permanente e estratégica

A Defesa Civil é, hoje, um pilar essencial da segurança pública no Rio Grande do Sul. O investimento estadual, a presença técnica regional, os diagnósticos permanentes, os simulados e os eventos como o seminário em Vacaria são indicadores claros de que o estado está, de fato, se preparando para um novo cenário climático e social.

A comunidade, por sua vez, tem o dever de acompanhar esse movimento, participar e se informar. Afinal, diante dos desafios do clima e das emergências, a melhor resposta é da comunidade.

Área da Segurança, Campos de Cima da Serra, Defesa Cívil, Rio Grande do Sul, Vacaria

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