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Cinco homens são presos pela Brigada Militar por tráfico e receptação em Vacaria

Prisões consecutivas mostram, mais uma vez, o que todos já sabem: enquanto houver consumidor, haverá oferta.

Três ocorrências distintas, em um intervalo mínimo de tempo, deixaram claro um ponto central: o tráfico de drogas é oportunista. Em Vacaria, nos dias 12 e 13 de julho, a Brigada Militar prendeu cinco homens em ações desencadeadas justamente porque o crime não parou. Ao contrário, agiu.

As prisões — todas relacionadas ao tráfico de entorpecentes, tentativa de abastecimento de presídio e receptação de objetos furtados — ocorreram em sequência. Mas essa sequência não representa um momento atípico. Ela é o reflexo direto de um sistema alimentado por uma demanda constante, que faz nascer uma oferta que aparenta ser “lucrativa”.

O tráfico busca ocupar qualquer vácuo deixado pelo Estado, essa é a dinâmica real.

A droga que não entra no presídio tenta entrar de novo — e de novo

No sábado à tarde, um homem foi flagrado pela guarda externa do Presídio Estadual de Vacaria tentando arremessar dois invólucros para o interior da unidade. Dentro, 1.042 gramas de maconha. A tentativa não teve sucesso porque havia vigilância.

Ao perceber que havia sido visto pelo policial de guarda externa, o suspeito fugiu, sendo localizado no estacionamento do DACA. Resistiu à abordagem, sendo necessário o uso do Dispositivo de Incapacitação Neuro Muscular (TASER) para contê-lo.

Essa ocorrência, isolada, já seria preocupante. Mas o contexto é ainda mais grave: o ato foi ousado, feito em plena luz do dia, na estrutura de segurança de um presídio. Isso revela organização, tentativa de abastecimento de internos e, sobretudo, insistência.

Se há uma tentativa frustrada, outra virá. Porque a demanda interna continua. E onde há consumo, o tráfico encontra meios de fazer a entrega — por cima do muro, por dentro, por fora. Se o controle vacilar, a droga entra.

Casa com usuários na porta mostra como ponto de venda se estabelece rápido

No mesmo sábado, à noite, uma patrulha da Força Tática da Brigada Militar percebeu uma movimentação suspeita no bairro Porcínio. Usuários de drogas frequentavam uma residência com regularidade. A constatação veio em flagrante: um homem entregava entorpecente a outro.

Com a chegada da viatura, houve tentativa de fuga. Um simulacro de arma de fogo foi descartado, mas a abordagem foi imediata. Foram encontrados dinheiro, crack, uma porção de maconha, celulares, balança de precisão, materiais de embalo e uma caixa de som que perturbava o sossego.

Dois homens foram presos. A casa, claramente adaptada para o comércio de drogas, funcionava como um ponto de venda.

A estrutura para operar estava montada: balança, controle de estoque, divisão de tarefas. E o mais importante — fluxo de clientes. O ponto de venda só existe porque há procura. O tráfico se sustenta nessa lógica: onde há consumo, haverá distribuição.

Essa residência não virou um centro de comércio de um dia para o outro. Ela foi se adaptando, ocupando o espaço, crescendo sem ser percebida. Ou sendo percebida, mas não interrompida. O tráfico atua na invisibilidade, no silêncio da rua, no cotidiano.

Troca rápida de dinheiro por droga em via pública

No domingo, a Brigada Militar foi para o bairro Barcelos. Dois homens faziam uma troca visível: cédula por objeto. A prática do tráfico é direta, e diária. A da Brigada Militar de observar isso e realizar prisões também.

Um dos suspeitos tentou fugir, mas foi alcançado. Estava com 63 pedras de crack e dinheiro. O outro, com duas pedras da mesma substância. No local, uma bicicleta furtada, máquina de cartão, anotações, prato com resquícios de entorpecente, dinheiro, lâminas e uma balança de precisão.

O entorpecente movimenta o roubo. O furto alimenta o tráfico. A venda gera nova demanda. E essa cadeia não se rompe sozinha.

Resposta contínua do Estado

O que as três ocorrências mostram com clareza é que o tráfico não se dissolve. Ele se adapta. Se reorganiza. E volta a operar. A resposta do Estado, que está cada vez melhor no Rio Grande do Sul, precisa ser contínua exatamente por isso: porque a atuação do crime é constante e oportunista.

A Brigada Militar agiu com firmeza, com rapidez e de forma técnica. As prisões foram resultado de patrulhamento, observação, flagrante e reação proporcional.

Mas o volume e a frequência das ações revelam algo maior e já sabido: há uma engrenagem criminosa em operação permanente alimentada principalmente por consumidores.

Brigada Militar, Segurança Pública, Tráfico de Drogas, Vacaria

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