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Diário na Estrada: Caminhões e Histórias com Alemão da Top da Boleia e Nicão da Transmaso

Primeiros Passos de um Novo Projeto

É hora de lançar o Podcast e Caderno aqui no Diário de Vacaria o Diário na Estrada. Este novo espaço nasce com a missão de valorizar e contar as histórias e notícias dos motoristas, empresas de transporte, indústrias e todos que fazem parte do setor logístico tão essencial para o Brasil

Diário na Estrada: Caminhões e Histórias com Alemão da Top da Boleia e Nicão da Transmaso

Logo na introdução, Lucas enfatizou que essa proposta surgiu da conexão com profissionais reconhecidos na região, que representam a alma desse segmento. Foi assim que chegaram ao estúdio duas figuras conhecidas: o Alemão, da Top da Boleia, e o Nicão, da Transmaso, que aceitaram o convite para dividir suas trajetórias e participar das reflexões sobre o setor.

A Homenagem a Raul Anselmo Randon

Antes de se aprofundarem nos bastidores do transporte, foi feita uma pausa para celebrar um momento histórico. A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 2.071/2022, que denomina “Rodovia Raul Anselmo Randon” o trecho da BR-116 entre Caxias do Sul e Vacaria, no Rio Grande do Sul.

A deputada federal Denise Pessôa (PT-RS), que também preside a Comissão, foi a relatora da proposta, que valoriza a memória do fundador do Grupo Randon, um dos mais importantes conglomerados industriais da América Latina, com impacto mundial na cadeia automotiva, logística e tecnológica.

Os vereadores de Caxias do Sul, São Marcos, Campestre da Serra e Vacaria aprovaram moções de apoio ao projeto, sendo que a articulação partiu do deputado estadual Carlos Búrigo (MDB).

Lucas ressaltou que não poderia começar um programa sobre transporte sem falar desse reconhecimento. Para Alemão, mais do que uma homenagem justa, seria merecido que toda rodovia no Rio Grande do Sul recebesse esse nome, tamanho o impacto dele na indústria de implementos rodoviários. Nicão completou dizendo que Raul Randon deixou não apenas um legado empresarial, mas humano.

Seu relacionamento com clientes e fornecedores era pautado pelo respeito e pela proximidade, algo que muitos empresários só redescobriram agora, com o marketing digital e a valorização da presença do dono na marca.

Top da Boleia: Da Climatizar ao E-commerce de Peças

Na sequência, Alemão compartilhou detalhes da própria jornada. Ele começou como músico e, ao se estabelecer em Vacaria, decidiu seguir outro rumo profissional. Trabalhou 13 anos na Climatizar, inicialmente na produção e depois como gerente de vendas. Foi nesse período que ele percebeu o potencial do mercado de peças e acessórios para caminhões e decidiu empreender.

Em 2016, fundou com o sócio Daniel Pilati a Top da Boleia. Hoje, a empresa completa nove anos atuando no e-commerce, telemarketing e loja física. Um diferencial apontado pelo Alemão foi o compromisso com a parceria com os fornecedores locais, algo que faz com que boa parte dos produtos vendidos seja fabricada na própria Vacaria e região.

Ele destacou que Vacaria, São Marcos e Caxias do Sul formam um verdadeiro polo nacional nesse segmento, com empresas que produzem desde climatizadores até freios e implementos. Para quem trabalha na estrada, a Top da Boleia busca ser um facilitador, oferecendo tudo que o motorista precisa para ter conforto, segurança e economia em suas viagens.

Transmaso: Uma História de Família

O microfone então passou para Nicão, que contou como a Transmaso surgiu quase como uma extensão da própria vida. Fundada pelos cinco irmãos caminhoneiros – entre eles seu pai – a empresa começou no porão da casa da família. Inicialmente, o transporte de madeira dominava as operações. As viagens chegavam a durar 10 ou 15 dias até o Rio de Janeiro, enfrentando estradas de chão e desafios de toda ordem.

Com o tempo, o transporte de maçã passou a ser o principal negócio. Depois, surgiu a demanda pelo transporte refrigerado, que Nicão lembrou como uma fase de muitas dificuldades técnicas, já que os primeiros equipamentos tinham pouca eficiência. Ainda assim, a empresa foi pioneira em atender essa necessidade, até chegar ao mercado atual de concentrados, levando polpa de maçã e outros produtos da Serra Gaúcha para as indústrias de bebidas.

Estrutura e Profissionalização

Ao longo dos anos, a Transmaso mudou de sede. Em 1992, passou para um imóvel na Júlio de Castilhos. Mas o crescimento da frota e as exigências dos clientes tornaram o espaço limitado. Foi em 2013 que adquiriram a nova área que recentemente abrigou uma estrutura moderna, ampla e planejada para atender todas as demandas logísticas.

Nicão comentou que a profissionalização foi se consolidando, tanto pela necessidade de atender clientes mais exigentes quanto pelo processo de certificação ISO, que trouxe indicadores de desempenho e padrões de qualidade.

Para ele, a tecnologia foi crucial. Desde rastreadores que permitem saber tudo sobre a viagem até softwares que monitoram o consumo de pneus e combustível, o setor mudou completamente em dez anos.

Os Desafios e as Mudanças da Tecnologia

Alemão complementou explicando que esse salto tecnológico impactou tanto o transporte quanto o segmento de peças e acessórios. Hoje, itens como geladeira, inversores de força, climatizadores elétricos e rádios PX não são mais luxo – são parte do kit básico de sobrevivência do motorista.

Ele lembrou que muitos motoristas autônomos, que levam a família na boleia, dependem desses equipamentos para ter um mínimo de conforto e segurança. Um ponto curioso foi o relato sobre como até pouco tempo atrás não havia sinal de celular em diversos trechos da Serra, obrigando muitos a recorrer ao bom e tradicional rádio PX.

A Evolução dos Motoristas

Nicão relatou que viu colegas que aprenderam a dirigir caminhões simples, sem tecnologia, terem que se adaptar a modelos com painéis que lembram cockpits de avião. Muitos enfrentaram dificuldade nessa transição, enquanto outros buscaram conhecimento e se tornaram referências na condução econômica e segura.

A Comunicação e a Visibilidade do Trabalho

O WhatsApp foi apontado como uma revoluções, pois permite que qualquer testemunha registre e compartilhe por exemplo a causa real de um acidente. Muitas vezes, motoristas acusados de imprudência são inocentados pela prova de falhas mecânicas ou por circunstâncias de tráfego.

Outro aspecto importante citado foi a visibilidade que podcasts como o Diário na Estrada proporcionam ao segmento. Seja mostrando a rotina, seja educando o público sobre o que significa conduzir 60 toneladas, iniciativas como essa contribuem para valorizar o motorista e informar a sociedade.

Uma Janela que Fica Aberta

O encerramento do podcast reforçou a proposta de manter o espaço aberto para as histórias de quem transporta o Brasil. Lucas convidou motoristas, empresários e indústrias a participarem e dividirem suas experiências.

Afinal, como disse o Alemão, não se trata apenas de trabalho – é uma vida paralela, muitas vezes longe de casa, que merece respeito e reconhecimento.

Para todos que acompanham, fica o convite: participar, sugerir pautas e contar as histórias que movem não só as estradas, mas a identidade de Vacaria e da Serra Gaúcha.

Caminhoneiro, Campos de Cima da Serra, Motorista e Caminhão, Rio Grande do Sul, Vacaria

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