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Acelera Diário: Da fábrica às pistas – Franco Stedile e a história da inovação automobilística

Franco Stedile nasceu em meio ao motor e à oficina. A tradição familiar — ligada à fábrica de tratores, caminhões e motos — o colocou desde cedo no chão de fábrica, respirando mecânica. Em 1976, aos 20 e poucos anos, já customizava sua primeira Ford F100 com suspensão pneumática.

Acelera Diário chega ao 8º Episódio, Senna, Rubinho e mais. Acompanhe

Confira alguns trechos do podcast:

Inventividade na prática: adaptar era preciso

Naquele tempo, peças específicas eram raras. Franco trazia ideias de literaturas em aeroportos, adaptando tudo artesanalmente. Assim surgiu a F‑100 com rodas 10”, teto solar improvisado com dobradiças de Fusca e suspensão exclusiva — inovação pura. O improviso diário forjou o espírito criativo que marcaria toda a trajetória de Franco no automobilismo.

O salto ao mundo das motocicletas

Franco participou do desenvolvimento da tecnologia ao fabricar motos Agrale em Caxias do Sul. Com motores italianos, as motos de 200 cc equiparavam-se às 350 cc da concorrência. No motocross, dominaram campeonatos, superando multinacionais como Yamaha e Honda num movimento antes inédito no Brasil. A Agrale acelerou a produção de motos e iniciou eventos como o “Hollywood Motocross” e conquistou fãs por todo o país.

Inovação sobre quatro rodas: o primeiro quadriciclo nacional

Inspirado por um modelo japonês visto em revista, Franco liderou também o desenvolvimento de um quadriciclo nacional — início de uma linha que englobaria quadri, triciclos, karts com marcha e jetskis. O sucesso foi tanto que se tornaram referência em karts com marchas, ainda pouco comuns no Brasil.

Fábrica cresce e cidade se desenvolve

A vinda de equipamentos de tecnologia alemã para produção de motores diesel implantou precisão milimétrica na indústria local. A cidade de Caxias do Sul, antes voltada para soldas e chapas nas rumorosas empresas da época, ganhou unidades de alta tecnologia, escolas técnicas e recentemente universitárias corporativas.

O ciclo se completou: a fábrica formava mão de obra, que depois inclusive se espalhava para pequenas indústrias regionais gerando um verdadeiro impulso econômico-industrial.

Kart de alta performance e o tricampeão Senna

Em 1993, Franco e sua equipe desenvolveram um kart Fórmula 200 com seis marchas capaz de atingir 190 km/h — velocidade restrita a autódromos. Foi então que um tricampeão mundial de Fórmula 1, o Ayrton Senna, acabou adquirindo esse kart e usando em sua fazenda. Ele afirmou: “o único veículo que me serve de treinamento, exceto a própria F‑1, é o seu kart”. Um reconhecimento histórico, que emocionou Franco.

Pickup de corrida: transformar o utilitário em pista

Desafiado a inserir uma quarta marca no campeonato, adaptou uma caminhonete Marruá diesel usando motor e câmbio de S10 V6. Com preparadores de Brasília, transformou-a em carro de competição de 450 cv e 72 kgf·m. Mesmo com carroceria quadrada, reposicionou o motor, modificou capô e suspensão para ganhar performance nas curvas, conquistando provas — e ficando a um ponto do título em sua primeira temporada de adaptação.

Projetos militares sob medida

Outro capítulo marcante foi o desenvolvimento da versão militar do Marruá. Projeto exigido pelo Exército, passou por 60.000 km de testes na Amazônia junto com duas marcas internacionais. Os concorrentes abandonaram, enquanto o Marruá resistiu, tornando-se veículo homologado para forças armadas basileiras, ONU, com encomendas ativas para Uruguai e Namíbia.

A despedida da carreira competitiva e nova fase com clássicos

Depois de 23 anos em competição, Franco decidiu parar aos 53 anos. Aumentou o tom de preocupação com o crescimento do automobilismo profissional, simuladores e as atitudes arriscadas de alguns patrocinados em busca de visibilidade.

Em uma corrida, seu filho pediu: “pai, não corra mais”. Isso marcou o fim de uma era — e o início de uma nova: restauração de carros antigos, sempre ao lado do pintor e amigo Zé Cruzeta.

Inspiração para novas gerações

No estúdio do “Acelera Diário”, acontece o podcast que reforça o incentivo aos jovens que desejam entrar no automobilismo, seja com antigos, elétricos ou motos.

O espaço reforça que sonhar, inovar, adaptar e persistir — mesmo sem estrutura pronta e com poucos recursos — vale a pena. O podcast retrata o acelerador não só como metáfora, mas como combustível para a realização de sonhos, aprendizados e desenvolvimento regional.

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