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Vacaria decreta emergência em saúde pública e o cuidado agora deve ser de todos

Com o agravamento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e o esgotamento da capacidade hospitalar, a Prefeitura de Vacaria decretou, nesta quarta-feira (21), estado de emergência em saúde pública.

A medida, publicada no Decreto Municipal nº 133/2025, é uma resposta imediata à sobrecarga vivida pelos serviços de saúde locais, especialmente o Hospital Nossa Senhora da Oliveira e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que já registraram aumento de mais de sete mil atendimentos em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A situação exige ação firme do poder público, mas também apelo à responsabilidade coletiva: a colaboração da população se tornou uma peça fundamental para conter o avanço das doenças respiratórias que se espalham com intensidade no município.

Serviços em colapso e cenário crítico de saúde no município

Os números apresentados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) são claros: a cidade está enfrentando uma escalada de internações por doenças respiratórias graves. As alas de emergência, internação clínica e UTI do hospital de referência local estão operando acima do limite. O volume crescente de casos está comprometendo a capacidade de atendimento e elevando o risco de desassistência à população.

Diante desse cenário, o prefeito André Luiz Rokoski declarou a emergência para viabilizar ações rápidas e excepcionais. A decisão segue o movimento já adotado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que, por meio do Decreto Estadual nº 58.171/2025, reconheceu a emergência sanitária no território gaúcho.

Frio intenso e vírus em circulação: combinação perigosa

Vacaria, conhecida por seu clima rigoroso, enfrenta temperaturas próximas de zero grau nesta época do ano. O frio intenso favorece a disseminação de vírus respiratórios, como influenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e COVID-19. Esses agentes infecciosos atingem com força os grupos mais vulneráveis — idosos, crianças e portadores de comorbidades —, o que eleva a gravidade dos quadros clínicos e a necessidade de hospitalização.

Além do clima, o aumento da circulação de pessoas em ambientes fechados, a baixa umidade e a ventilação precária criam um ambiente ideal para a transmissão dessas doenças. O município, portanto, vive um momento que exige vigilância redobrada e cuidado coletivo.

Medidas emergenciais autorizadas pelo decreto

O Decreto Municipal nº 133/2025 terá validade inicial de 90 dias, podendo ser prorrogado conforme a evolução do quadro epidemiológico. Com a emergência decretada, a Prefeitura passa a ter respaldo legal para:

  • Adquirir insumos e equipamentos sem os trâmites licitatórios convencionais;
  • Contratar serviços e profissionais em caráter emergencial;
  • Prorrogar contratos e convênios administrativos que garantam assistência em saúde;
  • Reorganizar a força de trabalho da saúde, inclusive com suspensão de férias e folgas, se necessário;
  • Direcionar os leitos clínicos e de UTI preferencialmente para pacientes com SRAG.

As medidas visam assegurar que o sistema de saúde municipal mantenha o funcionamento diante da demanda extraordinária.

Secretaria de Saúde atuará com atualizações constantes

A coordenação das ações ficará a cargo da Secretaria Municipal da Saúde, que deverá criar um grupo de enfrentamento à emergência e atualizar a situação da crise a cada 48 horas. Caso haja agravamento repentino ou novas normas estaduais ou federais, mudanças nas medidas poderão ser implementadas de forma imediata.

O monitoramento constante será essencial para garantir agilidade nas decisões e transparência no enfrentamento do problema, permitindo que a população acompanhe a evolução dos indicadores e os resultados das ações adotadas.

Prefeitura pede apoio da população: “Todos precisam se cuidar”

Embora o município esteja agindo com responsabilidade e rapidez, a administração deixa claro: a participação da comunidade é imprescindível. O poder público alerta que nenhuma medida será eficaz sem o engajamento individual de cada cidadão.

Entre os cuidados recomendados estão:

  • Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
  • Uso de máscaras em locais fechados ou em caso de sintomas gripais;
  • Evitar aglomerações e ambientes mal ventilados;
  • Manter a vacinação em dia, especialmente contra a gripe;
  • Procurar atendimento médico apenas em casos necessários, evitando sobrecarga dos serviços.

“O momento é crítico. A prefeitura está fazendo sua parte, mas precisamos que cada vacariense também faça a sua”, disse o prefeito André Luiz Rokoski. A mensagem também foi reforçada pelo secretário municipal de Saúde, Alessandro Varela de Lima, que afirmou que “a prevenção é a ferramenta mais eficaz neste momento de crise”.

Solidariedade e responsabilidade: caminhos para evitar o colapso

A crise sanitária enfrentada por Vacaria é um alerta para toda a sociedade. O município deu o primeiro passo ao reconhecer oficialmente a gravidade da situação. Agora, cabe a todos – moradores, trabalhadores, empresários, instituições – colaborar com atitudes responsáveis.

Este é o momento de solidariedade, empatia e respeito ao próximo. A preservação da vida exige união de esforços e consciência coletiva. Pequenos gestos, como cobrir o rosto ao tossir, vacinar-se ou ficar em casa em caso de sintomas, podem ter um grande impacto.

SUS mais uma vez em evidência: valorização e fortalecimento

O Sistema Único de Saúde volta a ser protagonista em meio a uma nova crise sanitária. A capacidade de resposta do SUS, já testada durante a pandemia da COVID-19, é novamente colocada à prova. Investir na saúde pública, qualificar os profissionais e garantir acesso digno aos serviços são ações que ganham ainda mais relevância.

Vacaria reforça, com este decreto, que não hesitará em utilizar todos os instrumentos legais para proteger sua população. A valorização do trabalho dos profissionais da saúde também é destacada, em meio a jornadas exaustivas e à pressão constante de um sistema próximo do limite.

Inverno exigirá resiliência: população deve agir com consciência

Com a previsão de um inverno rigoroso, o cenário tende a se agravar nas próximas semanas. A mobilização imediata e a vigilância contínua serão fundamentais para evitar o colapso. A administração pública já iniciou o caminho, mas reitera que o sucesso da estratégia passa pela adesão popular.

O decreto de emergência é um sinal claro de que o momento não permite negligência. Ao seguir as orientações de saúde e evitar comportamentos de risco, a população poderá ajudar a conter a propagação dos vírus respiratórios e a reduzir a pressão sobre os hospitais.

A mensagem é direta: a emergência está decretada, o perigo é real e o cuidado agora deve ser de todos.

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